Senadora envia áudio que comprovaria ligação de deputado e marqueteiro em extorsão

Em mensagem, senadora Selma Arruda (PSL) divulga áudio de uma mensagem de voz que ela recebeu em 8 de novembro de 2018, do seu ex-marqueteiro de campanha, o jornalista Kleber Lima. No áudio, Kleber afirma ter sido procurado pelo deputado estadual Wilson Santos, como emissor do empresário e publicitário Luiz Gonzaga Rodrigues Júnior, mais conhecido como Júnior Brasa, proprietário da Genius At Work Produções Cinematográficas Ltda.

A gravação foi enviada para a Polícia Federal. Segundo a mensagem, a senadora Selma Arruda poderia fazer um “acordo” com o publicitário Jr Brasa cobrando R$ 600 mil, por um saldo de contrato de menos de R$ 100 mil.

A proposta foi feita cinco dias antes da primeira audiência da Ação de Investigação Judicial (AIJE), movida pelo candidato derrotada ao Senado, Sebastião Carlos (Rede), realizada em 13.11.2018, onde o publicitário Jr Brasa foi testemunha chave contra a senadora Selma Arruda. Ouça:

 
O outro lado

A reportagem manteve contato telefônico com o jornalista Kleber Lima e com o deputado Wilson Santos (PSDB), no entanto, até a edição deste material os dois não foram localizados.

Ambos foram arrolados pela senadora como testemunhas da suposta extorsão. Wilson e Kleber estiveram na tarde dessa terça (12) na sede da Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos, mas negaram presenciar qualquer tentativa de extorsão contra Selma.

Após deixar a sede da PF em Cuiabá, Kleber disse à imprensa: “Eu sou testemunha de algo que eu não vi e não sei. Não gostaria de estar nessa situação. O que eu disse para a Polícia Federal é que se é ou não é eu não participei de nenhuma conversa envolvendo a Selma ou esses outros personagens. Fui consultá-la sobre um pedido de conversa que chegou até mim e eu não entendo que isso é extorsão. Se ela tivesse me consultado, se eu toparia ser testemunha, eu teria dito que não”, declarou ele.

Entenda o Caso

Selma está sendo investigada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), por suspeita de caixa 2, abuso de poder econômico e gastos de campanha fora do período eleitoral.

Ela é alvo de três ações na Justiça Eleitoral, sendo duas delas movidas pelo ex-vice governador Carlos Fávaro (PSD) e pelo advogado Sebastião Carlos (Rede), ambos concorreram ao Senado na última eleição em 2018.

O autor da ação cível é o empresário Luiz Gonzaga Rodrigues Júnior, mais conhecido como Júnior Brasa. Ele diz, na ação, ter recebido R$ 1.030 milhão, mas que ainda restou uma dívida de R$ 1.160.731,82, incluindo uma multa por rescisão de contrato.

As provas e argumentos apresentados pelos adversários dela no pleito têm como base principal essa ação de cobrança que o empresário ingressou contra a senadora, para o recebimento de dívida pela empresa dele, a Genius At Work Produções Cinematográficas Ltda., durante a campanha da candidata.

O empresário anexou à ação cópias de cheques pessoais da candidata nominais à empresa dele, após a contratação em abril deste ano para prestação de serviços de propaganda, marketing e publicidade eleitoral para a candidatura ao Senado, entre abril e agosto, pelo valor R$ 1,8 milhão. Pela segunda etapa do serviço, de agosto a outubro, foram cobrados R$ 900 mil.

Advogado de Defesa

O advogado Diogo Egídio Sachs renunciou à defesa da senadora. De acordo com documento assinado em 12/03/19, ele afirma que não atua mais em defesa de Selma nas ações de investigação judicial eleitoral, que tramitam no egrégio Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.

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