O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) convidou o PSDB para compor sua base aliada oferecendo aos tucanos a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A revelação foi feita no início da tarde desta sexta-feira (07) em entrevista à TV Vila Real pelo presidente do diretório tucano em Cuiabá, Ricardo Saad.
A revelação dá dicas de como deve ser a disputa pela prefeitura de Cuiabá em 2020. Ainda que Emanuel primeiro tenha dito que não disputaria a reeleição, depois se disse indeciso e ultimamente, dizem fontes próximas e ele, só não declara publicamente a decisão de lutar para permanecer no Palácio Alencastro como estratégia justamente para fazê-lo.
Perguntado como se deu o flerte de Emanuel com o tucanato e quais foram as propostas colocadas na mesa na negociação, Saad afirmou que a SMS fora oferecida tanto a ele quanto a Renivaldo Nascimento e Adevair Cabral, além do ex-vereador e médico Maurélio Ribeiro, mas todos recusaram. “Uma das propostas que foi feita para os três vereadores era pegar a saúde. Eu como presidente do municipal liguei para o vereador Maurélio pra ver se ele aceitava e ele também falou que não queria. Sobrou eu, que também não queria, por quê? Como vou fazer gestão num lugar que eu sei que falta estrutura e apoio?”, respondeu, questionando o apresentador sobre a viabilidade prática de tal arranjo.
Ao pensar qual seria o efeito prático do poder momentâneo na corrida eleitoral que se aproxima, Saad considerou não haver a menor viabilidade no ato e, ao contrário, somente a possibilidade de o político que o fizer acabar se queimando.
“Pra assumir uma secretaria dessas, tem que pegar ela de porteira fechada: eu entro, eu assumo e faço tudo, aí eu concordo. Nunca cheguei a esse extremo, mas todos que passaram por lá falam a mesma coisa. Aí não vou ser eu que vou. Se continuar com pretensão de ser candidato, daqui a seis meses tenho que sair; então, não vou ter nem um ano lá dentro, e sei que dentro de um ano não vou conseguir fazer nada. Vontade eu até teria, mas não nesse momento”, encerrou.
O PSDB foi o principal e pior concorrente do MDB na última eleição municipal. Emanuel derrotou o oponente tucano, o também deputado como ele Wilson Santos, numa batalha sangrenta no primeiro turno, com diferença abaixo dos vencida por menos de 10 mil votos no primeiro turno, quando a chapa com Niaun Ribeiro conseguiu 98.051 votos (ou 34,15%) e a tucana, com Leonardo Oliveira (PSB), 81.531 votos (ou 28,40%).
As coisas só foram mais “tranquilas” (com uma campanha de acusações e brigas que pareciam caminhar para as vias de fato) no segundo turno, quando Emanuel levou com relativa folga: levou 157.877 votos (ou 60,41%), contra 103.483 (ou 39,59%) pró Wison.
