Grupo tentou comprar silêncio de delator por R$ 5 mi

O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, revelou em seu depoimento junto à Justiça Federal que para tentar impedir a delação do empresário Gerson Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, o grupo discutiu uma proposta de oferecer R$ 5 milhões para o empresário não delatar o esquema revelado na Operação Ararath. Ouça áudio na matéria.

A reunião teria ocorrido logo após a 1ª fase da Operação Ararath, com buscas e apreensões na casa de Júnior Mendonça, que foi o primeiro delator da Operação Ararath.

Segundo Riva, além dele, participaram da reunião o conselheiro afastado Sérgio Ricardo, o ex-governador Silval Barbosa e um advogado do ex-secretário Eder Moraes, do qual Riva diz não lembrar o nome. O local da reunião teria sido em um apartamento da irmã de Sérgio Ricardo em Cuiabá. “Inclusive foi ele que propôs, disse que tinha que ajudá-lo, para pagar advogado”, afirma.

O ex-deputado diz que o tema da reunião seria uma estratégia para barrar as investigações e decidiram solicitar ao então senador Blairo Maggi (PP), que interferisse no andamento das investigações.

Porém, o próprio Riva diz que o assunto não teria sido levado adiante, já que Blairo não quis participar da tentativa de obstrução.

“Essa reunião acabou não tendo muito efeito porque quando foram atrás do Blairo, ele disse: Cada um se vira com o seu”, revela Riva.

A proposta não chegou a ser efetivada para Júnior Mendonça, que em março de 2014 iniciou as tratativas de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

A 1ª fase fa Ararath ocorreu no dia 12 de novembro de 2012 com 11 mandados de busca e apreensão. Já no dia 25 do mesmo mês, ocorreu a 2ª fase e já no dia 16 de dezembro a 3ª fase.

Em 2014, a 4ª fase ocorreu em 14 de fevereiro de 2014 com 24 mandados de busca e apreensão. Já no dia 21 de maio ocorre a 5ª fase da Operação, já sob influência dos depoimentos de Júnior Mendonça. Nela, José Riva e Eder Moraes são presos pela Polícia Federal. O então governador Silval Barbosa também é alvo de busca e apreensão e acaba preso por porte ilegal de armas.

Até o momento a Ararath teve 15 fases e envolve vários políticos, empresários e agentes públicos mato-grossenses.

Junior Mendonça revelou um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e financiamento de campanha via caixa 2 que teria ocorrido entre 2006 e 2014 em Mato Grosso. Mendonça também revelou o esquema de compra de vagas no Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE).

Júnior Mendonça devolveu R$ 12 milhões aos cofres públicos e entregou o maior esquema de corrupção do Estado.

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