Seleção brasileira busca primeiro título oficial sem sofrer gols

Quando entrar em campo para enfrentar o Peru neste domingo, às 17h (de Brasília), no Maracanã, a seleção brasileira estará a 90 – ou 120 – minutos de mais um título de Copa América, seu nono. Mas estará, também, atrás de uma marca inédita em sua história: conquistar o primeiro título de torneio oficial sem sofrer um gol sequer.

Em cinco jogos (450 minutos) nesta Copa América, a meta de Alisson não foi vazada. Com a vitória por 2 a 0 sobre a Argentina, terça-feira, pela semifinal, a Seleção fica mais perto da marca que não teve em suas 17 conquistas oficiais: cinco Copas do Mundo, oito Copas Américas e quatro Copas das Confederações.

Por que a defesa da Seleção faz tanto sucesso?

A solidez defensiva, expressão modinha do futebol, é uma marca registrada dos times de Tite e seus auxiliares. O Corinthians, sob comando dessa comissão, teve a defesa menos vazada do Campeonato Brasileiro em 2011, 2013 e 2015 – ganhou o título em 2011 e 2015. Na época, o então auxiliar Fábio Carille era um dos responsáveis pelo treinamento mais específico do setor. Cleber Xavier, braço-direito do técnico há 18 anos e parceiro na Seleção, também.

Independentemente do sistema tático, as equipes sempre tiveram uma linha defensiva de quatro jogadores muito bem ensaiada. A colaboração dos demais setores chegou a determinar quem poderia se adequar à ideia de jogo – não por acaso, atletas como Jorge Henrique prosperaram mais do que outros de características mais técnicas, como Alexandre Pato.

Na Seleção, Tite conseguiu convencer o grupo a trabalhar defensivamente. Contra a Argentina, na última terça-feira, marcou boa parte do tempo com todo seu time atrás da linha central.

Os conceitos mais treinados para garantir que Alisson seja pouco ameaçado são o “perde-pressiona”, que consiste em tentar roubar a bola imediatamente após a perda da posse, o “atacar marcando”, método em que a equipe não perde sua configuração posicional quando está atacando para, em caso de perda de bola, conseguir se reorganizar rapidamente, e também uma marcação sem botes no campo defensivo. Com suas linhas montadas, o Brasil opta por tentar bloquear cruzamentos, passes e chutes, fechando espaços.

Essa foi, por exemplo, a estratégia para tentar neutralizar as ações de Lionel Messi na semifinal da Copa América. Firmino, o mais adiantado jogador da Seleção, foi utilizado para obstruir uma das possibilidades de passe para o craque argentino.

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