O ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT), coronel Zaqueu Barbosa, prestará novo depoimento nesta terça-feira (16) e quarta-feira (17) ao juiz da 11ª Vara Criminal Especializada em Justiça Militar, Marcos Faleiros. O pedido foi protocolado no Tribunal de Justiça em março deste ano.
A expectativa é que o reinterrogatório traga novos acontecimentos da polêmica envolvendo interceptações telefônicas ilegais em Mato Groso, a “Grampolândia Pantaneira”. Também devem ser ouvidos o coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa.
De acordo com o magistrado, existe “ponderações que merecem maiores esclarecimentos, além de elucidações que não foram trazidas durante a instrução processual”.
Além de Zaqueu Barbosa, Lesco e Gerson, são réus na ação o coronel Ronelson Jorge de Barros e o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista.
O Ministério Público Estadual (MPE) pede a condenação de Zaqueu Barbosa por vários crimes onde a pena pode chegar a 23 anos de prisão.
O MPE também pediu a condenação do cabo Gerson Corrêa por falsificação de documento público e falsidade ideológica, cuja pena pode chegar até 18 anos de prisão. Já Evandro Lesco foi solicitada a condenação pelo crime de realização de operação militar sem ordem superior, que prevê de 3 a 5 anos de prisão.
Os grampos
Reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio de 2017 que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (MDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.