Deputado quer cópia do depoimento de PM sobre Operação do Gaeco em Sinop

O deputado federal Juarez Costa (MDB) comentou o depoimento dado pelo cabo da Polícia Militar, Gérson Corrêa, em que no reinterrogatório feito à 11ª Vara da Justiça Militar, na última quarta-feira (17), o militar relatou fatos sobre a operação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 15 de setembro de 2016, na casa do parlamentar.

Segundo Costa, os advogados dele irão requerer junto à Justiça Militar cópia do depoimento do cabo Gérson Corrêa para tomar medidas cabíveis.

Prefeito na época da Operação Sorrelfa, Juarez Costa, em entrevista ao Mato Grosso Mais, disse que já tinha conhecimento dois meses antes que uma operação do Gaeco iria prendê-lo. De acordo com o ex-prefeito, a notícia circulava em todos os cantos de Sinop.

“Minha família ainda sofre com essa situação. O Gaeco foi usado de forma política nessa operação. Eles queriam informações de um apartamento que eu tinha em Santa Catarina, bastava pedir meu imposto de renda que estava declarado”, comentou.

Apesar de Juarez Costa não ser candidato a prefeito, à época, de acordo com ele, a Operação do Gaeco tinha o objetivo de prejudicá-lo, já que ele apoiava sua vice, Rosana Martinelli, para prefeitura.

“Eu durante os dois mandatos que fui prefeito, eu transformei Sinop. Quem eu apoiasse conseguiria vencer as eleições”.

O principal candidato enfrentado por Rosana Martinelli (PR) foi o empresário de comunicação Roberto Dorner (PSD). Dorner, naquela campanha eleitoral, teve o apoio do então governador Pedro Taques (PSDB), e de Nilson Leitão, então deputado federal e uma forte liderança no município.

Mesmo com a Operação do Gaeco, Rosana Martinelli acabou vencendo a eleição de 2016.

De acordo com o cabo Gérson Corrêa, 46 terminais telefônicos foram interceptados. O militar disse que só do então prefeito foram feitos grampos em 14 aparelhos.

O objetivo da Operação Sorrelfa foi investigar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no município de Sinop e três no Estado de Santa Catarina.

Os mandados foram cumpridos, dentre outros locais, no gabinete do Prefeito Municipal e da secretária municipal de Assistência Social (primeira dama) e na residência de ambos.

Foram envolvidos na “Operação Sorrelfa” 35 agentes e quatro Oficiais da Policia Militar, nove policiais civis, dois delegados e nove Promotores de Justiça que contaram também com o apoio do Gaeco de Santa Catarina.

O nome da operação, Sorrelfa, tem os seguintes significados: “disfarce ou artifício para enganar; que ou quem é muito apegado ao dinheiro; que ou quem é manhoso”.

O promotor de Justiça, Vinícius Ghayva, que participou do interrogatório do cabo Gérson Corrêa disse à imprensa que todos os fatos citados envolvendo membros do Ministério Público do Estado serão investigados pelo órgão.

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