
DA REDAÇÃO
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O ex-secretário da Agecopa, Yuri Bastos Jorge compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa para prestar esclarecimentos sobre a contratação do projeto da Arena Pantanal, sobre a gestão da Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (Agecopa) e também sobre os projetos para a área de Turismo, referente ao período em que comandou a pasta.
No depoimento, Yuri optou por não citar nomes e nem responsabilizar ninguém pelas falhas na execução das obras, porém ressaltou que os projetos foram “esquecidos” após a mudança de comando da Agecopa, ou seja, com a entrada de Éder Moraes na presidência da agência.
Ex-secretário e também ex-diretor da Agecopa, Bastos Jorge negou qualquer tipo de irregularidade, disse que todos os contratos assinados tiveram o respaldo de pareceres da Procuradoria Geral do Estado.
Ele negou qualquer tipo de direcionamento para que a empresa Santa Bárbara vencesse a licitação para construção da Arena Pantanal.
Quanto à dispensa de licitação para contratação da empresa Castro Melo, Yuri disse que deve-se ao fato do curto prazo que tinham para que fizessem a apresentação do projeto do estádio à FIFA.
Porém, o contrato, que custou cerca de R$ 500 mil, não foi demonstrado à risca, pois foi entregue apenas o estudo de viabilidade, que acabou nem sendo aproveitado.
Este fato acabou gerando a contratação da empresa GCP, por R$ 14 milhões, responsável pelo projeto atual da Arena Pantanal. Vale ressaltar que o contrato também foi feito com dispensa de licitação.
Outros dois contratos com a Deloitte foram feitos e Yuri assumiu que foi o responsável pela escolha de tal empresa, justificando o fato pela experiência da mesma em Copas do Mundo, como os eventos na Alemanha e na África.
O primeiro acordo foi firmado antes da escolha de Cuiabá na preparação do material que seria entregue à FIFA e num segundo momento, outro contrato foi realizado para execução do Caderno de Encargos.
Um dos temas abordados pelo deputado Silvano Amaral (PMDB) foi com relação ao teleférico, o qual inclusive resultou numa condenação ao ex-secretário, que recorre da decisão.
Yuri lamentou o fato de o projeto não ter saído do papel e se isentou de qualquer responsabilidade.
Segundo Yuri, houve uma decisão unilateral por parte de Éder Moraes em não realizar o projeto do teleférico e também do Complexo Turístico da Salgadeira.
Sobre o pagamento de R$ 500 mil à empresa responsável pela obra, sem que nada tivesse sido feito, o ex-secretário alegou que o pagamento foi feito em outra gestão, após ter deixado a pasta e não tem responsabilidade sobre isso.
Para o presidente da CPI, a oitiva de Yuri pouco contribuiu, mas alertou para o fato de que a comissão possui vários documentos e mesmo com a negativa é possível chegar-se aos responsáveis.
“Ele foi muito ágil se isentando dos fatos. Quem acha que vem aqui e está nos enganando está muito equivocado. Outros depoimentos confirmam a participação de cada um deles neste processo”, declarou Oscar Bezerra.
O deputado Wagner Ramos (PR) declarou que a Copa foi um “fiasco” para o setor turístico e, em sua concepção, o motivo foi a escolha do Veículo Leve sobre Trilho como modal de transporte, o que acabou prejudicando a realização dos demais projetos.
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