
ALFREDO DA MOTA MENEZES
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Lula andou pelo Nordeste na semana passada. Já fez isso antes na época do mensalão. Há uma diferença nos dois momentos. Naquele a economia estava em alta, ficava mais fácil conversar com o eleitorado.
Agora a economia está com problema, é mais difícil ter uma audiência atenta como teve na crise do mensalão.
Exemplo doído disso é o que está ocorrendo com a chamada nova classe média. Muitos estão abandonando o plano de saúde. Outros tantos já tiraram seus filhos das escolas particulares e voltando para as públicas.
As viagens de avião estão sendo substituídas por ônibus. O desemprego cresce e a inflação beira 10%.
Essa classe anda insegura, não quer perder o que ganhou e atira em quem quer que seja. Ela é pragmática, fica com quem pode garantir seus ganhos.
Fica muito difícil o Lula ter uma audiência receptiva e atenta para suas falas como foi nos tempos do mensalão.
Lula também disse que não gostaria de ser candidato a presidente em 2018. Não acho que é jogada política. Ele saiu bem no governo, vai querer voltar para fazer menos que antes?
Não tem essa de que o Lula é o Lula e que, ao chegar à presidência, bota o país para crescer. O mundo nunca cresceu tanto como entre 2003 e 2008. Ele não vai encontrar um momento como aquele e ainda estaria com 73 anos de idade.
E também já seria tempo de deixar florescer lideranças no PT. Ou este partido apoiar um nome de fora. Do PMDB, por exemplo.
Jornal de circulação nacional mostrou que 35% do dinheiro da chamada pedalada fiscal foi para subsidiar produtores de médio e grande porte. Contraria o discurso do Lula de que fora somente para a área social.
A oposição não vai ter nunca 342 votos na Câmara Federal para o impeachment da presidente. O que querem é desgastá-la com a falação do impeachment. Com a economia andando de lado é melhor que ela fique no governo até o fim.
A oposição já acha a Dilma carta fora do baralho. Tentam agora desgastar o Lula e o PT.
É uma loucura o que anda falando Rui Falcão, presidente do PT. Quer abertura de mais crédito, abaixar juros e aumentar o consumo. Ou seja, abandonar o ajuste fiscal. Deve estar pensando na eleição do ano que vem.
A Venezuela e Argentina, para ganhar a próxima eleição, fizeram isso e ainda distribuíram mais benefícios sociais. Neste ano o PIB da Venezuela vai cair assustadores 10% e a inflação passa de 100%.
Na Argentina, a pobreza está voltando e a inflação é de 25%. Os benefícios dados aos mais pobres estão sendo corroídos por ações do próprio governo.
Uma do PT em MT. Valdir Barranco pode tirar a vaga de Pery Taboreli.
O PT já foi grandão no Estado. Hoje luta na Justiça para ter um único deputado estadual.
ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e analista político em Cuiabá.