
ALFREDO DA MOTA MENEZES
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Alfredo da Mota Menezes é historiador e analista político em Cuiabá
Dilma Rousseff não foi ao encontro do PT no Rio de Janeiro. Iria ao Chile e voltaria para o aniversário de 36 anos do partido naquele evento. Daqui a pouco não ia mais.
O presidente do PT do Rio, Washington Quaqua, disse que não fazia questão da presença dela no encontro. Ela, por sua vez, disse que não governa só para o PT.
Há algum ruído entre a presidente e seu partido? Há um monte de especulação sobre esse fato. A coluna vai enveredar por aí também.
Será que foram os 16 pontos criados pelo PT como uma espécie de programa de emergência para o Brasil e que, em sua maioria, contraria totalmente o caminho que o Governo vem tomando?
Alguns itens do documento.
Redução da taxa de juros, aumento de investimento público, baratear o crédito, utilizar reservas internacionais para investir em infraestrutura, aumentar em 20% o valor do Bolsa Família, imposto territorial progressivo em terras improdutivas, imposto sobre grandes fortunas. Reforma da Previdência nem pensar.
O que coincide com o que quer o governo é a aprovação da CPMF, o resto são propostas que não fazem parte da cartilha da Dilma e não passariam no Congresso.
Talvez, é outra ilação, o PT apresentou essa proposta para tentar se aproximar da população mesmo queimando a parceira de partido?
Além dessas propostas, o PT promete lutar na Câmara para derrubar o que foi aprovado no Senado que é a não obrigatoriedade da Petrobras em ser sócia em 30% em cada concessão do pré-sal.
É outro embate com o governo que vê a medida como acertada tendo em vista a situação da Petrobras.
Há ou não algo no ar? Continuo com especulações. A presidente antes da viagem ao Chile deu entrevista ao jornal El Mercurio e falou que existem grupos na oposição disposto ao diálogo.
A presidente quer abrir esse diálogo? Ela toparia um governo suprapartidário para fazer reformas grandes como a previdenciária, política e tributária?
Mais ilações. Será que a presidente é que quer afastar-se do PT porque o partido está baleado por causa da Lava-Jato? Ou é um jogo combinado dela e do partido visando a eleição municipal deste ano?
Ou não tem nada de combinado e o PT quer afastamento porque o governo Dilma está afundando e não querem levar o partido junto? Salvar o partido e não ela.
Tem gente do PT que diz que quem está maltratando o partido é a economia, e não a Lava-Jato.
Já que o espaço esta sendo usado para ilações. Mais uma.
Apareceu nos depoimentos de João Santana e esposa que empreiteiras brasileiras pagaram seus serviços para eleição de Hugo Chávez na Venezuela, também em campanhas em El Salvador, Argentina e República Dominicana.
Será que as empresas brasileiras que realizam obras com dinheiro do BNDES naqueles países é que estariam mantendo os regimes de esquerda na região?
E o Lula, mais uma vez, não sabia de nada?
ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e analista político em Cuiabá.