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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso anulou, na tarde desta quarta-feira (13), o julgamento que absolveu Anastácio Marafon, de 55 anos, réu confesso da morte do ex-secretário de Infraestrutura do Governo Blairo Maggi (PP), Vilceu Marchetti.
A decisão foi tomada em julgamento da 2ª Câmara Criminal.
Com esta decisão, Marafon volta a sentar no banco dos réus em data a ser determinada pela Justiça.
Marchetti foi morto no dia 7 de julho de 2014, há dois anos, em uma fazenda na região do município de Santa Antônio do Leverger.
As investigações feitas duas vezes pela Polícia Civil concluíram que o crime se tratou de motivo passional, já que Marchetti teria assediado a esposa do acusado.
MORTE MISTERIOSA
O pedido de anulação da sentença que absolveu Marafon é do Ministério Público do Estado (MPE).
O promotor responsável pela denúncia entrou com recurso no Tribunal de Justiça tão logo foi dada a sentença inocentando Anastácio Marafon.
O caso é cheio de contradições, já que para o MPE há dúvidas se a morte se trata de um crime passional.
O MPE entende que há indícios de que o assassinato de Marchetti possa ter sido um crime de mando, já que o ex-secretário tinha o nome envolvido no suposto esquema conhecido como ‘Escândalo dos Maquinários’.
Curiosamente, a defesa do acusado defendeu a tese de que Marafon acabou matando Marchetti em legítima defesa, já que os advogados conseguiram levar a tese de que houve troca de tiros entre vítima e acusado.
Marafon no mesmo dia do crime e confessou à polícia de que foi o autor do crime.
Ele sustentou no depoimento de que matou Marchetti porque o mesmo teria mexido com a sua esposa.
Argumentos da defesa rejeitados
Em seu voto, o relator do caso, desembargador Rondon Bassil Dower Filho, não acolheu os argumentos da defesa de Marafon que pediu a improcedência do recurso e a manutenção do resultado do júri que absolveu o réu.
Ressaltou que tanto o exame de necropsia quanto o laudo cadavérico constataram 3 buracos compatíveis com entrada de projetil de fogo, todos efetuados a curta distância.
O relator afirmou que a versão de legítima defesa está completamente divorciada das prova que constam nos autos, pois os laudos mostram que a vítima estava deitada e não em pé como ele alegou.
Relata que os laudos mostram que Vilceu foi morto em cima da cama, os vestígios de sangue na parede mostram isso.
Pelos laudos não é possível saber se a vítima estava sentada ou se deitando, “mas não estava em pé quando foi atingida pelo primeiro disparo”.
Além de uma espingarda também foi apreendida uma escopeta calibre 12, mas coforme o desembargador, não há provas de que a vítima tenha saído da cama ou do quarto para dirigir-se até o acusado. Com Gazeta Digital