
DA REDAÇÃO
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O empresário Alan Malouf, sócio do buffet Leila Malouf, será ouvido pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) nesta sexta-feira, a partir das 13 horas.
Ele deverá prestar depoimento sobre o seu envolvimento em fraudes na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Malouf foi preso na quarta-feira (14), durante a 3ª fase da Operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”.
De acordo com o coordenador do Gaeco, o promotor Marco Aurélio Castro, o empresário ainda não prestou depoimento ao Ministério Público Estadual, uma vez que sua prisão ocorreu na quarta-feira a tarde e nesta quinta houve audiência da operação, onde foram ouvidos o ex-secretário de Educação, Permínio Pinto Filho, e os ex-servidores Wander Luiz dos Reis e Moisés Dias da Silva.
Sobre os indícios de que o empresário poderia prestar colaboração à Justiça, e por isso seria encaminhado ao Serviço de Operações Especiais (SOE), o promotor afirmou que o Gaeco apenas cumpriu a determinação judicial.
Segundo ele, não houve esclarecimentos sobre os motivos que encaminharam Malouf ao SOE.
“Por ora, o que há é uma decisão judicial para encaminhamento dele ao SOE. Pode até ser para que ele evite contatos com outros, existem fundamentos para isso. Mas não é somente quem quer colaborar que vai para o SOE, existem outros fundamentos”, afirmou.
O fato de as ações criminosas praticadas na Seduc envolverem pessoas que não pertenciam diretamente ao Governo, como o empresário Alan Malouf, chamou a atenção do Ministério Público Estadual.
“Confesso que nos oito anos de Ministério Público, nunca havia visto esse tipo de situação. Surpreendeu, mas ela tá sendo tratada com todo o rigor e com todo o cuidado. Existe o ambiente de política, que não é responsabilidade do Ministério Público, e existe o ambiente processual, da prova, esse está sendo bem tratado pelo MP. E será assim, doa a quem doer. Quem cometeu irregularidade, que pague. Assim tem que ser em um estado de direito”, pontuou Marco Aurélio.
O coordenador do Gaeco ainda relatou que o maior interesse de Malouf era reaver o valor que doou para campanhas eleitorais.
“Havia uma necessidade de retorno, de um investimento. Essa pessoa seria o Alan Maluf, isso ficou muito claro”.
HABEAS CORPUS
A defesa do empresário Alan Malouf ingressou com pedido de revogação da prisão preventiva junto à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane dos Santos Arruda.
Além do questionamento sobre a necessidade de se manter o empresário detido, a defesa oferece bens como garantias para uma fiança e eventual ressarcimento ao erário público.
Outra medida que a defesa deve adotar nos próximos dias é um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Alan Malouf foi apontado pelo empresário Giovani Guizardi, em delação premiada, e por Permínio Pinto, em depoimento a Justiça, como um dos principais articuladores do esquema de corrupção na Secretaria de Educação.
Segundo Guizardi, ele recebia 25% da propina arrecadada de empresários que firmavam contrato para execução de obras de construção e reforma de escolas em Mato Grosso. A informação é do site Folhamax – Vinícius Lemos