MM culpa agronegócio

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Antonio Galvan, usou o Instagram nesta quarta-feira (2) para criticar o discurso do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), e do governador Mauro Mendes (DEM) em sua posse, na terça-feira (1º). Segundo o produtor, as falas de Mendes e Botelho atribuem ao setor do agronegócio a responsabilidade pela desigualdade social em Mato Grosso.

“Quero registrar que jamais o trabalho duro de um setor, seja qual for, será responsável pela desigualdade social, como foi citado nos discursos do governador, Mauro Mendes, e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho”, afirmou Galvan. “Culpar um setor por injustiças sociais é jogar contra a sociedade que se beneficia – seja por meio de emprego e renda, seja por meio dos produtos gerados -, de determinada cadeia produtiva”, completou.

Galvan responsabilizou o governo pelos problemas sociais e cobrou melhorias na gestão estadual, com corte de gastos públicos. “O que causa desigualdade é o resultado de anos de má gestão, má aplicação do dinheiro público, inchaço da máquina pública e a corrupção. Contra essas práticas não vemos políticos levantarem bandeira”, escreveu.

Em seu discurso, Mauro Mendes destacou o crescimento da economia de Mato Grosso e a falta de melhorias na vida da maioria da população e destacou a necessidade de cobrar impostos do agronegócio.

“O PIB triplicou nos últimos 10 anos em MT. Como fomos capazes de produzir tanta riqueza e ela não ter se traduzido em melhoria para a grande maioria da população? Podemos até não ser membros do agronegócio, mas temos que reconhecer o que esse importante setor da economia tem feito por esse Estado. Mas certamente precisamos fazer um bom debate sobre o modelo de tributação”, discursou o governador na ocasião.

No texto, Galvan ainda reagiu à proposta taxar o agronegócio e comparou os orçamentos destinados ao Poder Legislativo e à infraestrutura. Confira a postagem na íntegra:

Quero registrar que jamais o trabalho duro de um setor, seja qual for, será responsável pela desigualdade social, como foi citado nos discursos do governador, Mauro Mendes, e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho, durante a solenidade de posse do governador, nesta terça-feira.

O que causa desigualdade é o resultado de anos de má gestão, má aplicação do dinheiro público, inchaço da máquina pública e a corrupção. Contra essas práticas não vemos políticos levantarem bandeira. Culpar um setor por injustiças sociais é jogar contra a sociedade que se beneficia – seja por meio de emprego e renda, seja por meio dos produtos gerados -, de determinada cadeia produtiva.

Vocês sabiam que, para 2019, o Governo do Estado prevê o repasse no valor de R$ 896 milhões somente para manutenção da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado?

Valor muito superior ao orçamento do município de Várzea Grande, por exemplo, que está estimado em R$ 799 milhões e tem a segunda maior população de Mato Grosso: mais de 280 mil habitantes. Ou seja, 24 deputados estaduais e os 11 conselheiros custam aproximadamente R$ 2,5 milhões, por mês, cada um, aos cofres públicos.

Enquanto para a infraestrutura – essencial para o desenvolvimento -, o valor mal chega a R$ 170 milhões, e a iniciativa privada segue contribuindo, pagando impostos e, muitas vezes, investindo recursos onde o Estado que deveria aplicar.

Ou seja, antes de apontar o dedo para quem planta, produz, gera emprego, renda, leva alimento à mesa, e convive diariamente com as incertezas climáticas, econômicas, jurídicas, devia-se olhar para dentro da “própria casa” e fazer as mudanças que a sociedade tanto anseia, como o corte no excesso de gastos públicos.

Mais tributos, mais cobranças, não vão resolver senão houver gestão eficaz.

E é isso que devemos e vamos cobrar: Gestão eficaz, já!

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