Empresário desmascara Alan Malouf e inocenta Galindo

Ex-secretário estadual de Fazenda, Paulo Brustolin, inocentou o ex-secretário de Segurança Pública, Fábio Galindo, das acusações que foram feitas pelo empresário Alan Malouf em delação, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).  (Veja documento abaixo)

Conforme Brustolin, que registrou um documento em cartório com as declarações, que o MPopular obteve com exclusividade, Malouf teria ficado magoado após Galindo negar ajudá-lo com a delação junto ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o que teria motivado o empresário a dar falsas declarações em depoimento.

Alan Malouf firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) em abril de 2018. Na delação o empresário teria revelado dados de esquema de arrecadação de verbas, captadas mediante a doação de empresários e a formação de chamado caixa dois, destinadas à campanha eleitoral de Pedro Taques ao Governo do Estado de Mato Grosso, em 2014.

Porém, conforme Brustolin, Malouf fez falsas declarações, pois na verdade, era ele (Malouf) quem o procurava quando buscava contato com Galindo, e afirmou que presenciou uma conversa entre os dois em um apartamento em Cuiabá, e mesmo após o ex-secretário se mudar para Brasília, quando saiu do Governo em 2016, manteve contato com ele.

“Por volta de agosto de 2016, depois da prisão do secretário Permínio, Alan Malouf passou a se mostrar muito apreensivo e insistia muito em falar com Fábio Galindo, mas não conseguia. Sabedor que o declarante [Brustolin] ainda mantinha contato eventual com Fábio que morava em Brasília, pediu ao declarante para marcar um café da tarde em seu apartamento quando Fábio fosse a Mato Grosso visitar a sua família”, declarou no documento.

Conforme revelou o ex-secretário, o encontro teria acontecido em um apartamento no bairro Goiabeiras, em Cuiabá, e entre outros assuntos teriam falado sobre a Seduc. Na ocasião Malouf disse que tinha medo de ser envolvido injustamente na operação que prendeu Permínio, pois um dos empresários com contrato com a Seduc era casado com sua prima (Giovana Guizardi).

Para que esclarecesse os fatos, Fábio Galindo teria orientado Malouf para se apresentar e contar a sua versão. “Lembra-se que Fábio insistia que, se Alan estivesse certo, era para comparecer como testemunha e, se estivesse errado, era para se antecipar e fazer uma delação, mas deveria comparecer e se explicar”.

Entretanto, por volta do mês de outubro Alan andava muito angustiado e perguntou a Brustolin se Fábio tinha interesse de voltar para Mato Grosso e advogar, “pedindo ao próprio declarante para fazer a Fábio uma proposta de 100 meses de salário de promotor como garantia contratual de sua saída”.

Porém, Fábio recusou taxativamente a proposta, dizendo a Brustolin por telefone, que não voltaria a Mato Grosso e não pensava em advogar, e que iria trabalhar em São Paulo. Alan então teria pedido para falar novamente com Fábio, segundo ele buscando apenas uma orientação, porque estava disposto a fazer a delação.

A princípio Fábio se recusou a se encontrar com Alan, mas após muita insistência do próprio Brustolin, que disse que Malouf estava sozinho e angustiado, mas querendo fazer a coisa certa, Fábio teria recebido o empresário em Brasília para um café, em um local público, isso já no final do ano. Porém, Malouf não teria ficado satisfeito com o desfecho do encontro.

“Assim que acabou a conversa, no final da tarde, Alan ligou para o declarante [Brustolin] do Whatsapp, agradeceu a agenda, mas se mostrou claramente chateado e magoado com Fábio, dizendo que Fábio o orientou a fazer a delação no Gaeco, mas disse que não iria ajudar nem conversar com ninguém, que iria ficar fora disso”.

Brustolin então teria dito a Malouf que não queria mais se envolver com a situação e pediu que não fosse mais procurado. Sem o apoio Alan acreditava que sua delação não seria aceita, como de fato não passou.

Nesse sentido, Brustolin afirmou no documento que Alan Malouf “manipulou completamente a verdade em suas declarações” e disse acreditar que ficou magoado por Fábio não ter lhe ajudado com a delação junto ao Gaeco, que culminou na prisão de Malouf, “atribuindo a Fábio responsabilidade por isso”. Inclusive, o ex-secretário está disposto a ratificar o que disse perante qualquer juízo ou Tribunal.

Veja o documento oficial do depoimento de Brustolin:

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