Estamos em plena 4ª Revolução Industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, por robôs integrados em sistemas ciberfísicos. A revolução tecnológica que está transformando a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Um momento de repensar as cidades como lugares para proteger e melhorar a vida das pessoas.
No mês em que tanto se fala tanto em meio ambiente, é prioritário lembrar que somos parte desse meio e dessa revolução. Por isso, é fundamental promovermos em Mato Grosso uma melhor interlocução tecnológica-cultural entre os 141 municípios, de modo a estimular experiências de urbanização exitosas no enfrentamento à pobreza e no modo como as cidades se desenvolverão espacial e economicamente, para atender os desafios do desenvolvimento urbano sustentável.
Somos um Estado rico, onde o PIB (produto interno bruto) cresce em um ritmo acima da média nacional e mesmo mundial. Mas, mesmo em um contexto de crescimento, existem municípios extremamente pobres e abandonados; ao passo que outros que são referência em desenvolvimento. Também temos 65% da população vivendo em áreas urbanas, percentual maior que a média mundial de 54%, conforme a ONU.
O lado preocupante é que o êxodo rural aumenta significativamente a cada ano. Em 2050, estima-se que 70% da população global viverão em área urbana. Então, nossas cidades estão enfrentando mudanças demográficas, ambientais, econômicas, sociais e diversos desafios espaciais. Sempre enfrentaram, porém, a partir da década de 1930, tudo isso passou a ser mais acentuado e divergente.
Um exemplo é que dentre os consórcios intermunicipais de Mato Grosso há uma realidade muito distinta. Enquanto na região sul, nos 11 municípios integrantes, 80% da população vive em área urbana, no Vale do Guaporé, região sudoeste, entre os oito municípios, apenas 54% dos cidadãos estão nas cidades. Se olharmos para densidade (habitante/quilômetro quadrado), a discrepância é maior.
No primeiro consórcio temos uma média de 9,21 hab/km2 e no segundo a taxa cai para 1,44 hab/km2. Neste contexto, como engajar autoridades locais, regionais, nacionais e internacionais, parceiros e comunidade para que tenhamos cidades sustentáveis e resilientes? Não podemos esquecer que esse conceito está ligado e alicerçado em como processos e tecnologias da quarta revolução industrial serão aplicados.
Uma agenda bem-sucedida requer parcerias entre todos os principais atores, assim como o engajamento com os principais atores locais. Um exemplo bem-sucedido vem sendo implantado no Estado pelo Comitê Gestor da Page (Partnership for Action on Green Economy), que conta com o engajamento da recém-criada e atuante Academia de Arquitetura e Urbanismo (AAU-MT).
A proposta é contribuir com a transformação equitativa e sustentável das estruturas econômicas. Na prática, estamos buscando, por meio de programas e ações já desenvolvidas pelos diversos atores, alcançar sustentabilidade ambiental com a criação de empregos decentes, redução da pobreza e a melhoria do bem-estar humano no território mato-grossense.
Partindo da percepção que os arquitetos e urbanistas possuem um papel estratégico no desenvolvimento econômico do país, estamos inseridos nessa missão com a tarefa de elaborar e implementar as políticas públicas a partir de uma perspectiva ampla e multidisciplinar.
O objetivo é melhorar significativamente a qualidade de vida de seus cidadãos, esverdeando a economia. Também queremos garantir que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estejam disponíveis a todos. Assim, AAU-MT e Page seguem engajados em arquitetar e edificar ‘cidades melhores’ para termos uma ‘vida melhor’.
É sempre bom lembrar que não haverá mudanças se não trabalharmos em sinergia, todos juntos. Que tal começarmos agora? Vamos ampliar os conhecimentos sobre a economia verde e a sustentabilidade das nossas cidades?
Parabéns Eduardo, bela visão do que deve ser feito para o desenvolvimento sustentável do Estado.