Crea cita estudo e diz que número de usuários faz VLT ser antieconômico

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), João Pedro Valente, jogou uma espécie de um balde de água fria sobre as expectativas para a conclusão do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), citando um estudo que teve conhecimento, que não foi feito pelo Crea, de que o VLT seria pouco utilizado e sua operação seria antieconômica, após ser questionado se o modal teria usuários suficientes para rodar . Apesar disso, ele diz ser a favor da retomada das obras.

“Esse é um dos argumentos que desencorajam o governador a buscar recursos nessa obra. Tem estudos, esse estudo o Crea não fez. A demanda, por transporte público, ela tem caído historicamente. Há uma argumentação, e aí é preciso pesquisa para poder afirmar com segurança, no traçado do VLT, a tendência é que ele se torne pouco utilizado e que a operacionalização dele se tornaria antieconômica”.

A entrevista foi dada ao Mato Grosso Mais, durante a visita realizada na última sexta-feira (28), pelos vereadores de Cuiabá e Várzea Grande nos vagões do VLT.

Valente estimou que o Governo gastará entre R$ 700 e R$ 900 milhões para finalização da obra, que ela poderá ser concluída em cerca de um ano e meio, caso cumprisse todas as condições prévias.

O presidente do Crea ainda afirmou que a desistência total da obra é uma atitude perversa contra a sociedade, visto que já foram gastos mais de R$ 1 bilhão e que essa construção não se adéqua a nenhum outro modal.

Veja o vídeo:

O governador Mauro Mendes (DEM) garantiu na última quinta (27), que apresentará a partir de julho, um cronograma das ações que deverão ser discutidas pelo Estado com os poderes interessados sobre a retomada das obras do VLT.

OPERAÇÃO DESCARRILHO

Em agosto de 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Descarrilho motivada pelo depoimento do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) que confessou ter recebido propina do Consórcio VLT.

Por causa da Operação da PF, o governador Pedro Taques (PSDB), à época, suspendeu o contrato do Estado com o Consórcio.

No dia 6 de junho deste ano, o pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) manteve a suspensão contratual entre o Consórcio VLT o Governo de Mato Grosso.

A empresa responsável pela obra havia entrado com recurso por não aceitar a rescisão do contrato feita em 2017. O Consórcio recorreu novamente.

O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande informou, por meio de nota, que tem interesse em retomar e concluir as obras do modal.

A  empresa ainda relata que a manutenção dos vagões, que alcançam um valor anual de aproximadamente R$ 4 milhões, são arcadas pelo Consórcio desde a paralisação das obras.

NOTA NA ÍNTEGRA

O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande reafirma seu pleno interesse em retomar e concluir as obras do VLT, modal de transporte público moderno, seguro, de qualidade para uso da população. Temos a convicção de que terminar o VLT é a melhor solução para Mato Grosso e para os usuários do transporte coletivo. O VLT é vetor de desenvolvimento regional, para uma transformação urbana em Cuiabá e Várzea Grande. Todas as cidades que têm VLT avançaram significativamente em urbanismo, aquecimento econômico e qualidade de vida. Sempre estivemos à disposição do contratante, governo do Estado, e demais autoridades públicas para esclarecimentos sobre os benefícios do projeto, sobre nossa atuação e para a construção de um entendimento em prol do interesse público em colocar o VLT em operação. Assim permanecemos.

Não há comprometimento dos materiais fornecidos. São equipamentos e componentes de altíssima qualidade e durabilidade. Lembremos que os VLTs são fabricados para resistir às mais adversas condições climáticas, do mais intenso frio europeu ao mais intenso calor cuiabano. São expostos ao tempo, à ação das chuvas, do sol e com uma vida útil assegurada de pelo menos 30 anos. Não há que se falar, portanto, em comprometimento do material rodante. No que diz respeito aos vagões, as manutenções técnicas, que também zelam por essa qualidade, seguem sendo realizadas, criteriosamente. Os custos com as manutenções, seguros e guarda dos vagões e equipamentos, dentre outros itens necessários à manutenção do contrato, alcançam um investimento anual de aproximadamente R$ 4 milhões, arcados integralmente pelo Consórcio desde a paralisação das obras, sem o devido ressarcimento até o presente momento.

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