O cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa prestou depoimento, nesta quarta-feira (17), ao juiz da 11ª Vara Criminal Especializada em Justiça Militar, Marcos Faleiros.
O pedido foi protocolado no Tribunal de Justiça em março deste ano. Além do cabo, o ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT), coronel Zaqueu Barbosa, e o ex-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, já foram ouvidos.
Em seu depoimento, o cabo Gérson Corrêa falou sobre uma investigação para dar suporte a uma suposta ameaça à integridade física da ex-juíza Selma Arruda, hoje senadora da República pelo PSL. O Ministério Público do Estado não fez nenhuma investigação, disse o cabo.
O militar disse que a então juíza procurou o Gaeco para levar ao conhecimento dos promotores o fato de que ela estaria sendo ameaçada de morte.
O cabo comentou que fez um minucioso relatório, mas fantasioso que teria buscado narrar elementos que pudessem subsidiar a peça para realizar uma interceptação telefônica.
Gérson citou que no relatório citou jornalistas, o ex-governador Silval Barbosa , o irmão dele, um empresário, entre outras pessoas.
Segundo o militar, não foi colhido nenhuma conversa que pudesse revelar alguma ameaça, mesmo assim, as investigações foram mantidas por mais um período, sem, no entanto, ter nenhum elemento. “Essa foi a típica barriga de aluguel realizada pelo Gaeco”.
Em uma entrevista dada ao site O Livre, Selma Arruda comentou o depoimento do cabo Gérson.
“Não acredito em nada do que esse cabo fala. Ele já mudou o depoimento por várias vezes, parece estar sendo direcionado por alguém”, declarou a senadora.
“Eu ainda não sei muito sobre isso, mas, à época, recebi notícias sobre uma trama para me matar e, então, relatei ao Gaeco. O procedimento de investigação correu na 7ª Vara Criminal, mas, como eu era vítima, não atuei nele”.
Em entrevista à imprensa, ontem, o promotor de Justiça Vinícius Ghayva, que acompanhou o reinterrogatório durante esses dois dias, disse que todos os fatos narrados pelos militares, no depoimento à 11ª Vara da Justiça Militar, que citam membros do MPE, serão investigados pelo órgão.