Ministro do Meio Ambiente chega a Noronha para vistoriar Parque Marinho

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a Fernando de Noronha, nesta quinta-feira (18), para vistoriar os serviços prestados pela empresa concessionária do Parque Nacional Marinho. A visita ocorre após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticar as taxas cobradas dos turistas para visitar a ilha.

“Nós viemos a Fernando de Noronha verificar questões importantes como lixo, saneamento, a estrutura do aeroporto e o sistema de dessalinização da água. Vamos ver também as trilhas e a infraestrutura do parque. Serão dois dias de vistoria, ao final faremos um relato”, disse Salles, que não respondeu a perguntas.

A assessoria de imprensa do ministro informou que ele permanece em Noronha até sábado (20). Salles está na ilha acompanhado pelo presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Gilson Neto e visitou a Pousada Zé Maria, onde almoçou e falou com a imprensa.

A agenda das atividades não foi divulgada, só foi informado que o ministro vai visitar o Parque Nacional e terá reuniões com a empresa concessionária, representantes do Instituto Chico Mendes (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, além do administrador da ilha, Guilherme Rocha, e empresários.

Ricardo Salles almoçou na pousada — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo
Ricardo Salles almoçou na pousada — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

Taxas de turismo

Atualmente, o turista paga duas taxas para entrar na ilha. O governo de Pernambuco cobra R$ 73 por dia de permanência. Bolsonaro se referiu a outra taxa, cobrada pelo governo federal para entrar nas praias do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, que custa R$ 106 para brasileiros e R$ 212 para estrangeiros, válida por dez dias.

A cobrança da taxa federal é feita pela EcoNoronha desde 2012. Depois de ganhar a licitação, a empresa investiu R$ 15 milhões no Parque Marinho. Construiu, por exemplo, rampas de acesso às praias, além de três pontos de formação e controle, e passou a cobrar a entrada.

Em 2018, a EcoNoronha arrecadou R$ 9,6 milhões. O ICMBio, que administra os parques nacionais, diz que 70% do valor do ingresso vão para melhorias no parque, como projetos de reforma e manutenção de trilhas.

Turistas no arquipélago

O G1 visitou Fernando de Noronha para a estreia da série “Desafio Natureza” em janeiro deste ano. O objetivo de cobrar as taxas e da implementação de regras aos visitantes, segundo os administradores, é preservar a fauna e a flora do lugar.

Noronha recebeu mais de 100 mil turistas em 2018, número recorde. Mas o plano de manejo prevê apenas 89 mil visitantes por ano. Por isso, biólogos já se preocupam com os impactos desse crescimento no meio ambiente.

Apenas 50% das casas de Noronha têm coleta de esgoto. A água disponibilizada é do dessalinizador local ou da chuva – e com frequência é necessário fazer racionamento. Por isso, não é possível abrigar um número inesgotável de visitantes.

Mapa mostra Fernando de Noronha — Foto: Roberta Jaworski/G1
Mapa mostra Fernando de Noronha — Foto: Roberta Jaworski/G1

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