O Tribunal do Júri de Cuiabá julgará 17 casos de crimes contra a vida no mês de agosto. No dia 12 de agosto, às 13h30, o júri avaliará o processo que ficou conhecido como ‘Caso Cláudio’ (Código nº 46586), cujo réu é o policial militar Antônio Bruno Ribeiro.
O crime aconteceu em 10 de dezembro de 1996, quando 50 presos fugiram do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Presídio do Carumbé.
No fim da rebelião, a polícia contabilizava a fuga de 45 presos, de acordo com a Polícia Militar, constando o nome de Cláudio Gonçalves Andrade.
No entanto, imagens de uma reportagem veiculada pela TV Centro América, afiliada da Rede Globo, comprovavam que o preso havia sido capturado, sem nenhum ferimento, e levado de volta para o presídio.
A versão oficial da polícia era de que o preso havia sido ferido na troca de tiros entre a polícia e os presos, e levado para o Pronto-Socorro de Cuiabá.
Durante o trajeto, teria destravado a porta do camburão e fugido.
No entanto, a perícia técnica apontou que a porta estava em perfeito estado e as imagens da TVCA retrataram a prisão e a condução da vítima sem qualquer lesão corporal, não havendo, portanto, motivo para seu deslocamento até a unidade hospitalar.
Não conformada com o suposto desaparecimento, a família começou a cobrar explicações.
Em janeiro do ano seguinte, descobriu que dois cadáveres foram encontrados na estrada que dá acesso a Barão de Melgaço e haviam sido enterrados como indigentes, no Cemitério Público Municipal Campo Santo, no Parque Cuiabá.
Isso motivou o pedido de exumação dos corpos e o exame ‘post-mortem’ confirmou que Cláudio havia sido executado por policiais militares, entre os quais estava Antônio Bruno, com a determinação do então comandante, coronel Leovaldo Emanoel Sales da Silva.