Promotor diz que militares “traíram a confiança” do MPE

O promotor de Justiça e presidente da Associação dos Membros do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (AMMP), Roberto Turin, disse, em entrevista ao programa Emparedado, da Tv Gazeta, canal 19.1, que os coronéis da PM Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco e o cabo Gérson Corrêa traíram a confiança do MPE  ao montar a chamada “Grampolândia Pantaneira”.

“Eram pessoas que trabalharam anos dentro do Ministério Público, que gozaram da confiança do Ministério Público, que receberam treinamento, que acompanharam investigações sérias, profundas feitas pelo Ministério Público, mas que, concretamente, traíram esse voto de confiança e montaram esquema paralelo de interceptação para agradar, isso vai ser investigado”, disse irritado.

Segundo Turin, os militares, que já foram interrogados, várias vezes, pelo Conselho do Ministério Público, na Corregedoria do MPE, pelo Poder Judiciário, na décima primeira Vara da Justiça Militar, na Corregedoria da PM nunca evidenciaram que os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tinham conhecimento do escritório clandestino de escutas ilegais.

“Nunca disseram antes que os promotores do Gaeco sabiam desse escritório clandestino de arapongagem deles, dessa Grampolândia deles.”

Turin negou, durante a entrevista, que o Ministério Público do Estado, por meio do Gaeco, tenha feito “barriga de aluguel”, quando uma pessoa é interceptada, mas que não é alvo,  das várias Operações feitas pelo Grupo em Mato Grosso.

Questionado, com base em que, o promotor tem essa convicção, ele argumentou que não houve “barriga de aluguel” por conhecer as várias Operações desencadeadas pelo Gaeco.

“Porque eu conheço essas operações. Conheço a Ouro de Tolo, conheço a Operação Arqueiro, conheço os trabalhos dos crimes contra a ordem econômica e tributária, dona Ana Cristina, pelo Patrimônio Público, trabalhamos em conjunto em muitas dessas operações e muitas dessas investigações. Promotoria da Ana, está investigando, e eu no Patrimônio vou precisar montar uma ação de improbidade daquele mesmo caso, por que eu vou trabalhar duas vezes, eu vou aproveitar a investigação dela. Por isso, eu conheço profundamente essas investigações”, comentou.

Os três militares nos dias 16 e 17 de julho revelaram ao juiz da décima primeira Vara da Justiça Militar que fizeram interceptações ilegais na campanha do então governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, e citaram que promotores do Gaeco também utilizaram em várias Operações realizadas pelo Grupo “barriga de aluguel”.

O procurador de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, determinou que nove procedimentos investigatórios sejam feitos contra promotores do MPE citados pelos policiais.

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