Justiça arquiva denúncia do MPE contra delegadas

O juiz da 7° Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu, arquivou a denúncia feita pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, contra as delegadas da Polícia Judiciária Civil, Alana Cardoso e Alessandra Saturnino, por suposta participação no esquema de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso, a Grampolândia Pantaneira.

Elas teriam sido induzidas a erro ao grampear ilegalmente a ex-funcionária pública, Tatiane Sangalli Padilha, com quem  o então secretário da Casa Civil Paulo Taques teve um relacionamento íntimo, e Caroline Mariano, ex-secretária no escritório de advocacia de Taques.

“… o Procurador-Geral da Justiça, Dr. José Antônio Borges Pereira, ratificou o pedido de arquivamento do inquérito policial em relação às investigadas Alana Darlene Souza Cardoso e Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino pela prática do crime previsto no art. 10, da Lei n. 9.296/96, por atipicidade de suas condutas”, destaca.

A decisão divulgada nesta quarta-feira (31) acompanha o parecer do Ministério Público Estadual (MPE).

Na mesma decisão, o magistrado recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou réu Paulo Taques.

“Recebo a denúncia e o aditamento oferecido pelo procurador-Geral da Justiça em face de Paulo Cezar Zamar Taques, por satisfazer os requisitos legais, vez que amparada em indícios de autoria e materialidade”, diz trecho do documento.

Paulo Taques é apontado como o mandante da criação do núcleo de inteligência operado por policiais militares para ouvir inimigos políticos do ex-governador Pedro Taques (PSDB), primo do acusado, que concorria ao governo do Estado, em 2014.

Grampolândia

As escutas clandestinas teriam iniciado em 2014, em núcleo criado pela Polícia Militar para interceptar alvos de interesse do advogado Paulo Taques, como afirmaram os militares coronéis Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa, e o cabo Gerson Correa.

Advogados, médicos, militares, políticos foram ouvidos durante quase 2 anos em que o núcleo esteve ativo. Até muito depois do fim da campanha eleitoral.

Em interrogatório, os militares afirmaram que a “barriga de aluguel” existe há muito tempo e é comum no MPE. A revelação fez com que o MPE abrisse investigação para apurar as denúncias.

Desde então, militares, MPE e Paulo Taques trocam acusações sobre o envolvimento dos grampos.

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