Empresário diz que postos sonegam quase 500 milhões

O empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça,  delator da Operação Ararath, que é dono de uma rede de postos de combustíveis, em Mato Grosso, afirmou que o Estado tem quase meio bilhão de reais em impostos sonegados anualmente apenas no seguimento.

A revelação foi feita durante depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal, na Assembleia Legislativa (AL-MT), nesta quinta-feira (29).

No depoimento, o empresário também afirmou que existem em Cuiabá, unidades que usam laranjas para atuarem no ramo.

“O que é muito estranho, realmente, no setor é que temos um número de postos que realmente atuam sem qualquer licença de operação, em nome de laranjas e com combustível sem procedência. O que a gente observa um número pequeno de postos, de 8 a 12 postos, talvez até 15 unidades, que estejam trabalhando completamente irregular, sem licença. Esta é a realidade do segmento”, disse.

Mendonça  também foi questionado sobre a possibilidade de facções criminosas, como o Comando Vermelho, comandar postos de combustíveis em Cuiabá, com base na afirmação do empresário Aldo Locatelli de que três unidades seriam gerenciadas pelo grupo criminoso.

Contudo, o empresário disse desconhecer essa informação.

“Eu desconheço. Eu sinceramente quando ouvi através das redes de comunicação essa fala do presidente do sindicato [Aldo Locatelli], não só eu como vários revendedores buscamos tentar entender de onde ele tirou  essa colocação. Eu não tenho esse conhecimento e conheço vários donos de postos que também não têm esse conhecimento”, explicou.

“Eu nunca ouvi dizer que tenha participação de facções criminosas dentro do segmento. O que temos no setor são alguns postos que atuam em nome de laranjas. Não chegou para mim que isso aí seriam facções criminosas por trás do dono de posto”, esclareceu.

Após o depoimento, o presidente da Comissão, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), disse que como sugerido pelo empresário, será feita uma investigação nas distribuidoras do estado.

“É claro que nós vamos nas usinas produtoras de álcool, nas distribuidoras e na ponta dos postos”, disse.

Sobre a afirmação da existência de postos laranjas, em Cuiabá, Wilson declarou que o deputado estadual Carlos Avalone (PSDB) irá em outro momento, colher junto a Júnior Mendonça os nomes dos supostos empresários que atuam de forma ilegal no estado.

O tucano também informou que esses nomes serão encaminhados para a Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).

“Já temos um delgado dentro da CPI e já está autorizado a repassar [os nomes] de imediato. Mas nós queremos precipitação, vamos analisar com equipe técnica  como e quando faremos cada ação”, alegou.

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