Funcionários dos Correios de Mato Grosso cruzam braços

Os servidores dos Correios de Mato Grosso aderiram à greve geral da categoria nesta quarta-feira (11) juntamente com restante do País. A paralisação total foi deflagrada em assembleias realizadas em todos os estados na noite de terça-feira (10).

De acordo com o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT), Alexandre Aragão, cerca de 600 mil correspondências deixarão de serem entregues somente neste primeiro dia de greve em todo o Estado.

O sindicalista disse que a principal reivindicação do movimento nacional é tentar barrar a privatização dos Correios. Segundo ele, inúmeros trabalhadores podem perder o emprego com a medida do Governo Federal.

“A principal reivindicação é a não privatização dos Correios, anunciada pelo Governo e que já está fazendo um estudo para a privatização. Caso ocorra a privatização, em 60 municípios de Mato Grosso as agencias são deficitárias. Então dificilmente a iniciativa privada ia manter esse serviço”, afirmou Aragão.

Ele explicou que essas agências menores não geram lucro suficiente e são mantidas por agências maiores. A função dessas agências é manter o “papel social de interligar pessoas”.

“Os Correios, como empresa nacional, funcionam com subsídio cruzado. Por exemplo, Cuiabá, que é superavitária, suporta manter uma agência em Santo Antônio do Leverger, que é deficitária porque não é o lucro pelo lucro. Nenhuma empresa privada vai ter interesse de manter uma agencia funcionando se ela não dá lucro”.

Outra pauta da greve é o reajuste salarial, que ocorre todo ano. O sindicalista afirmou que a proposta da empresa é aumentar em 0,8% o salário dos servidores. No entanto, iria retirar benefícios como vale-alimentação e a inclusão de pai e mãe no plano de saúde.

“Então ia dar 0,8% de reajuste e ia retirar, na somatória geral, quase 9% do poder de compra dos trabalhadores. Na verdade não era um reajuste”, relatou.

Aragão ainda revelou que desde 2011 os Correios não realizam concurso público. Esta é mais uma das exigências do movimento.

A negociação da paralisação geral será em nível nacional, mas Aragão disse que a direção dos Correios já espera pela privatização e, por isso, se nega a dialogar.

“A empresa simplesmente fechou as portas e não quer negociar. O reajuste era para ter acontecido em agosto, mas não negocia porque tem expectativa de privatizar”, disse.

Ao todo, existem 1.300 trabalhadores dos Correios no Estado. Deste número, 1.100 são filiados ao Sintect, que espera que todas as agências entrem em greve nos próximos dias.

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