Flávio Bolsonaro diz que jamais gritaria alto ou trataria mal Selma Arruda

O senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, comentou, por meio da assessoria de imprensa, ao site Mato Grosso Mais, a entrevista dada pela senadora Selma Arruda (PSL) ao jornal Folha de São Paulo, publicada na edição desta sexta-feira (13), de que ele, Flávio, teria chegado a gritar numa ligação telefônica com a ex-juíza para que ela retirasse a assinatura para criação da CPI da Toga, que tem o objetivo de investigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Jamais gritaria ou trataria mal a senadora Selma. Prefiro não comentar. Entendo o momento difícil que ela está passando”.

Ao citar que entende “o momento difícil que ela está passando, Flávio Bolsonaro faz referência ao processo de cassação de mandato que Selma Arruda tenta reverter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o risco ainda de ficar inelegível por 8 anos.

Na entrevista, a ex-juíza, conhecida por “Moro de saia”, disse que Flávio chegou a gritar com ela ao telefone em ligação no último dia 21. “Eu me recuso a ouvir grito, então desliguei o telefone”.

A senadora ainda cogitou deixar o PSL, sendo provável a ida para o Podemos, do deputado federal José Medeiros.

“Estou cogitando ainda, conversando com alguns partidos. Mas não pretendo sair da base do governo”.

Na reportagem, Selma diz que Flávio Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), teriam pedido para que ela retirasse a assinatura da CPI da Toga, e revela que tem recebido recados por conta dessa situação.

“Tenho recebido alguns recados até mais, digamos, chatos, tipo ‘cuidado, você tem um processo, tira a assinatura’. Não vou tirar não. Prefiro perder o processo”.

A ex-juíza negou que os recados teriam partido de Bolsonaro e Alcolumbre por causa do processo no TSE, mas por outras pessoas que seriam do partido, mas não quis revelar os nomes ao jornal Folha de São Paulo.

PARECER FAVORÁVEL À CASSAÇÃO

Esta semana, a procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge, encaminhou parecer ao TSE  onde se manifestou pela execução imediata da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT) que, por unanimidade, cassou o diploma da senadora Selma Arruda (PSL) e dos seus dois suplentes, e determinou a realização de novas eleições para o Senado em Mato Grosso.

A procuradora do Ministério Público Federal  defendeu ainda a confirmação da pena de inelegibilidade por período de oito anos.

A cassação no TRE de Mato Grosso ocorreu após investigações contra Selma Arruda por suposto caixa dois, de R$ 1,2 milhão.

Segundo a quebra de sigilo, os valores, que foram gastos por Selma, em sua campanha, foram transferidos por seu primeiro suplente, Gilberto Possamai.

A ex-juíza ficou conhecida no Estado após mandar prender tubarões da política de Mato Grosso, como o ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado José Riva, e o ex-governador Silval Barbosa, além de outros políticos e empresários de peso.

Ela foi eleita com quase 680 mil votos, declarando ter bens no valor de R$ 1,4 milhão.

Em recurso, a ex-juíza e os seus suplentes querem anular o acórdão do TRE/MT em razão de supostas irregularidades de natureza processual.

O objetivo da senadora é de, no mérito, reformar a conclusão a que chegou a Corte Regional, afastando todas as sanções que ali foram arbitradas.

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