Scola dá aula, Argentina vence a França e volta à final da Copa

Que ninguém duvide da Argentina. Até aqui, quem pagou para ver se deu mal. A renovada seleção hermana, liderada por um “senhor” de 39 anos, não se cansa de surpreender na Copa do Mundo de Basquete. A vítima da vez foi a toda poderosa França, que derrubou os EUA mas não foi capaz de fazer frente a Luis Scola e cia, sendo batida por 80 a 66.

Numa arena lotada em Pequim e com Kobe Bryant e Manu Ginóbili sentados ao lado da quadra, Campazzo fez as mágicas de sempre. Scola correu pelos dois lados da quadra. Vildoza mostrou que literalmente está pronto. E deu Argentina de novo!

Na decisão, no domingo, os sul-americanos vão pegar a Espanha, que mais cedo venceu a Austrália com duas prorrogações. A Argentina volta à final da Copa do Mundo após 2002, quando foi derrotada pela Iugoslávia.

Facundo Campazzo é o grande maestro da Argentina e um dos melhores jogadores do mundial — Foto: Divulgação/FIBA
Facundo Campazzo é o grande maestro da Argentina e um dos melhores jogadores do mundial — Foto: Divulgação/FIBA

O último e único título hermano veio em 1950, na primeira edição de Mundiais, em Buenos Aires. Se a medalha já está garantida, os argentinos podem escrever uma história ainda maior aqui na China. É esperar até domingo para ver se será possível.

O jogo

A Argentina colocou pressão em cima da França desde o começo. Passes rápidos, uma boa leitura de bloqueios e Luis Scola mais uma vez inspirado. Com Gobert bem anulado e zerado no primeiro período, os argentinos estiveram sempre na frente. Scola, incansável, anotou incríveis 10 pontos nos primeiros dez minutos. Labeyrie e De Colo eram as saídas ofensivas de uma França que perdia por 21 a 18 ao fim do primeiro período e precisava encontrar armas para passar a ditar o ritmo.

Apesar da marcação forte, Luis Scola foi um dos grandes destaques do jogo — Foto: REUTERS/Jason Lee
Apesar da marcação forte, Luis Scola foi um dos grandes destaques do jogo — Foto: REUTERS/Jason Lee

Com três minutos do quarto seguinte, a França enfim liderou em algum momento. Fournier foi para a cesta e colocou 24 a 23 no marcador. A frente francesa durou pouco. Campazzo acelerou e em assistência sem olhar deixou para Deck pontuar.

Laprovittola também foi para dois pontos: 29 a 24 na metade do período. Com uma energia absurda na defesa, a Argentina mantinha a frente apesar da queda no aproveitamento. Faltando um minuto de período, os hermanos venciam por 34 a 30. Scola era o cestinha do jogo com 13 pontos, e Fournier tinha nove para a França. Na bola final do período, Campazzo meteu para três, sofrendo falta que a arbitragem não viu: 39 a 32.

A energia da Argentina não mudou no terceiro período. A marcação zona no garrafão seguia tirando Gobert do jogo. O cestinha contra os EUA tinha apenas um ponto. Scola era outro que não parava, e em bola de três dele, a Argentina chegou aos 48 a 38, sua maior vantagem no jogo. O hermano de 39 anos tinha 16 pontos. Vildoza era outro muito bem.

Descansou Laprovittola com cinco pontos e boa marcação sobre De Colo e Albicy. Se a bola francesa não dava nem aro, Deck matou mais uma de três, ampliando ainda mais a frente Argentina para 55 a 40. Quando a França ameaçava com bola de três de Ntilikina, Campazzo deu o troco rapidamente. Com 12 pontos de frente, a Argentina limitado a França a 48 pontos em três períodos, anotando 60.

França vai disputar a medalha de bronze com a Austrália — Foto: REUTERS/Jason Lee
França vai disputar a medalha de bronze com a Austrália — Foto: REUTERS/Jason Lee

O quarto decisivo teve Rudy Gobert em quadra. Mas Laprovittola voltou bem do banco, colocando bola de três. Gobert, chegando a apenas três pontos no jogo, cravou, trazendo a diferença para 63 a 55. Mesmo colocando pressão sem parar, a França não conseguia diminuir de oito pontos faltando quatro minutos para o fim. Vincent Cole tentava de tudo. Três armadores.

Com Gobert, sem Gobert. Mas era difícil igualar a energia da defesa dos argentinos e as boas escolhas no ataque. Ntilikina, um dos mais jovens, era quem mais conseguia, chegando aos 14 pontos. É o que dizer de Scola? Com duas bolas de três, ampliou para 74 a 59 e aos 26 pontos. Não dava tempo da França fazer mais nada. A Argentina estava na final: 80 a 66.

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