
MATHEUS MENDES / DA REDAÇÃO
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O presidente da Comissão Parlamentar Interna (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal, deputado Wilson Santos (PSDB), disse que foi surpreendido com o requerimento pedindo que a oitiva do doleiro, Lúcio Bolonha Funaro, fosse realizada em sessão secreta, sem o acompanhamento da imprensa.
Lúcio prestou depoimento no auditório Milton Figueiredo na Assembleia Legislativa (ALMT), na tarde desta desta quinta-feira (19). O depoimento a portas fechadas foi requerido sob a alegação de segurança jurídica.
“Eu fui surpreendido com esse requerimento no horário da CPI, a princípio todos os deputados tinham conhecimento e votaram favorável. É uma surpresa desagradável”, esclareceu.
O documento foi apresentado pelos deputados Dilmar Dal Bosco (DEM), Nininho (PSD) e Janaina Riva (MDB).
Após a leitura do requerimento, houve um impasse entre Dilmar e Wilson Santos. O presidente da CPI chegou questionar ao doleiro se ele estaria disposto a falar com a presença da imprensa.
Lúcio respondeu que não havia problema, tendo em vista seu histórico de depor em diversas CPIs.
“Eu não me sinto constrangido e nem ameaçado de delatar qualquer fato, os quais eu presenciei e tive contato, porque é a verdade. E é a verdade que tem que prevalecer dentro desta Casa e tem que ser de conhecimento público”, afirmou o doleiro.
Pouco antes da votação que decidiu por realizar a sessão secreta, Dilmar afirmou que o deputado Wilson Santos coloca palavras na boca das pessoas e age pelo calor do momento político. A fala do parlamentar foi dada após Wilson questionar se o parecer sugeria que a imprensa e a população fosse retirada do auditório.
“Vossa excelência coloca palavra na boca dos outros talvez por uma emoção política. Não estamos pedindo para fazer desta forma que o senhor colocou. A sessão é secreta dos parlamentares, ninguém tá pedindo para retirar. Vossa excelência já está indo pro lado da emoção”, disse o líder do governo na AL.
Por 3 votos a 1, os membros decidiram impedir os jornalistas de acompanharem o depoimento. Wilson Santos foi o único voto contrário.
Funaro veio a Mato Grosso para prestar esclarecimentos em relação a fraudes em ICMS no Estado, reveladas por ele durante a CPI do BNDES na Câmara dos Deputados.
De acordo com as declarações do doleiro, a fraude no tributo em Mato Grosso estaria vinculada ao pagamento de propina a agentes políticos para favorecimento de um empresário de Várzea Grande. Este seria o suposto responsável pelas articulações que favoreceram o Grupo J&F.