Riva diz que pagou em 20 anos na AL R$ 175 mi em propina

Deputados estaduais que passaram pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) teriam recebido R$ 175,7 milhões em propinas ao longo de 20 anos no Poder Legislativo Estadual.

A informação consta da proposta de colaboração premiada apresentada pelo ex-deputado estadual José Riva (sem partido), que vem tentando emplacar o acordo com o Ministério Público do Estado (MP-MT).

Ao todo, 38 parlamentares e ex-parlamentares do legislativo mato-grossense se beneficiaram com os recursos ilícitos ao longo de duas décadas em que Riva comandou o legislativo estadual.

O ex-deputado alternou, ao longo de seus mandatos, a presidência e a 1ª secretaria da Assembleia.

A petição manifestando o interesse de José Riva num acordo de colaboração premiada foi endereçada à procuradora de justiça Ana Cristina Bardusco. Ela esta à frente do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). O pedido do ex-parlamentar foi realizado em 27 de março de 2019.

O ex-deputado estadual conta na petição que possui comprovantes bancários e notas promissórias que comprovam os repasses a deputados estaduais entre os anos de 1995 e 2015.

O objetivo dos pagamentos de propinas seria a “compra” de apoio dos parlamentares estaduais a projetos, e mesmo à própria sustentação, do Poder Executivo Estadual de Mato Grosso.

No período, passaram pelo Palácio Paiaguás os ex-governadores Dante de Oliveira (falecido em 2006), Rogério Salles, Blairo Maggi e Silval Barbosa, que entregou o mandato a Pedro Taques no dia 1º de janeiro de 2015.

Segundo o ex-deputado estadual José Riva, na legislatura que se iniciou no ano de 1995, somente os parlamentares da base recebiam os valores – cerca de R$ 15 mil por mês. Já no período de 1998 e 2002, a propina variava entre R$ 20 mil e R$ 25 mil.

Ambos os períodos contemplam as gestões do ex-governador Dante de Oliveira e Rogério Salles.

Em 2003, no governo Blairo Maggi, o ex-deputado conta que o Poder Executivo decidiu repassar os valores por meio de um “incremento” no orçamento do Poder Executivo, deixando aos parlamentares a responsabilidade pela “divisão do bolo”. Até 2010, quando Maggi saiu do Governo, os pagamentos variavam entre R$ 30 mil e R$ 35 mil.

Na gestão do sucessor de Maggi, o ex-governador Silval Barbosa, a propina mensal teria subido para R$ 50 mil de acordo com José Riva.

Riva listou os parlamentares que receberam a propina.

As planilhas foram entregues a procuradora Ana Cristina Bardusco. As informações são do Folhamax.

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