Tite vê Senegal mais competitivo que o Brasil

No terceiro jogo consecutivo em que deixou o campo sem vitória – em setembro, empatou por 2 a 2 com a Colômbia e perdeu para o Peru por 1 a 0 -, a seleção brasileira competiu menos e jogou mal contra Senegal, no primeiro jogo dos amistosos de outubro, no estádio Nacional de Singapura.

O campo de jogo, por sinal, recebeu apenas 20 mil pessoas. Em 2014, nos 4 a 0 sobre o Japão, eram 50 mil para ver o confronto em Singapura. Em entrevista coletiva logo depois do empate em 1 a 1 com Senegal, nesta quinta-feira, Tite evitou muitas críticas, mas considerou que sua equipe “esteve abaixo do padrão”, apesar de ter enxergado uma melhora na etapa final.

– Não sei se foi pior (o resultado do que o desempenho). Esteve abaixo do seu padrão técnico, do padrão normal competitivo. E no segundo tempo foi melhor. Conseguiu trazer aquilo que é nossa ideia de mais bola, de troca, de passes, de circulação. Depois dando profundidade num plano avançado. Aí conseguiu. Mas jogou menos do que pode. Tem mais para dar. Não foi um bom jogo – admitiu Tite.

O comandante do Brasil lembrou que o time já havia tido dificuldades ao jogar diante de outra equipe do continente africano: Camarões, diante de quem a Seleção conseguiu uma vitória por 1 a 0, em novembro do ano passado.

– Da minha passagem aqui, é a segunda vez que jogamos contra a escola africana, e é a segunda vez que temos dificuldade. Foi assim contra Camarões também. São equipes que procuram contato, trazem compactação, bola aérea forte. E a gente está ainda encontrando a melhor forma de jogar contra as equipes africanas – avaliou o treinador.

Confira outros tópicos da coletiva de Tite:

Participação pequena de volantes

Os dois volantes têm que trabalhar na diagonal um do outro e quem faz essa saída um pouco maior é o Arthur. Uma das correções no intervalo foi pedir ao Arthur para infiltrar um pouquinho mais para iniciar essa associação ou dar a possibilidade dos zagueiros construírem e esse passe chegar para Neymar e para Coutinho numa facilidade maior.

Essa saída de bola empurrando adversário mais para trás, criando mais no campo do adversário. Ainda processo de encontrar a melhor forma. Botei dois de flutuação com dois agudos, que foi Everton e Jesus. Depois vi que faltava profundidade e coloquei Richarlison.

Então está servindo também para não só na teoria, mas na prática ter observações. É do jogo, daqui a pouco vê coisas que não acontecem como eu imagino. Outras elas podem acontecer, como coloquei do Richarlison, jogador agudo para o Neymar trabalhar com um agudo e não jogador de combinação curta. Está servindo também para isso.

Quando tem jogador da função que a gente procura e o Arthur estava abaixo do seu padrão normal, do ritmo, (você) bota um jogador da função. Esses amistosos servem para isso. Até para ver a reação. Procurei ajudar o time e colocar o Matheus, mesmo sendo jogo mais pesado.

Talvez em jogo ou outro poderia alinhar os dois, colocar o Fabinho, e dar mais liberdade para o Daniel Alves. Da mesma forma que fiz com o Renan Lodi. Você só consegue estabelecer esse feeling, esse cheiro, essa percepção, colocando para jogar.

Temos o segundo grupo de sub-23 da seleção. Bastante jogadores sub-23 na seleção. Outros que estão jogando e também são jovens e estão buscando essa rodagem, essa organização que procuro dar em termos táticos. Richarlison entrou de 9, deixou Gabriel de lado. Entrada do Everton aberto para ter Neymar e Couto por dentro. Era o que imaginei para ter dois flechas para chegar, mas aí faltou infiltração, aí botei Richarlison. Vai se exercitando situações táticas do jogo, de combinações.

Instabilidade com resultados

Sim, precisa de resultados associado à criação e finalização, solidez defensiva e resultado. Quando falta um desses três fatores, a crítica vem e eu tenho que ter a maturidade de saber absorver.

O que gostou?

Tenho essa possibilidade de dizer, mas vou dizer no vestiário. Aqui soa como justificativa e com performance abaixo. Tem sim algo positivo, dentro das respostas anteriores coloquei. Como jogar de novo com a escola africana. Tem que sentir isso, jogo mais pesado, mais duro, mais viril. Leal, mas duro.

Jogadores que você traz para convocações e você reação em jogos importantes, com esse nível de expectativa e essa exigência. Tem nível de exigência da seleção brasileira, do técnico, tem do sistema, de procurar ajustar. Dois por dentro, mas sem ter um agudo.

Dois por fora de velocidade, são todos esses aspectos… Pega uma competição forte, daqui a pouco esse atleta sente o contato… É inevitável, daqui a pouco jogo valendo pontos e é inevitável um machucar. Respondi sem querer. Soa como subterfúgio. Mas sempre tem aspectos positivos. Assim como quando se ganha não é tudo positivo. Esse diagnóstico é fundamental, quando vence, quando perde, quando empata.

Ele está retomando seu padrão normal, agora estamos também buscando nova função num 4-4-2. Ele, assim como toda equipe, num 4-4-2, está buscando ajustes.

Competitividade

Tem que elevar esse patamar, falei da escola africana, a gente tem que saber que tem jogo que pode ser amistoso, mas te exige. Senegal competiu mais.

Mané em vantagem contra defesa

Estávamos com cobertura curta, bem posicionados, com Dani, Marquinhos por trás e Casemiro. Aí tem a qualidade do Mané, do jogador de alto nível. Botou na frente e teve a velocidade e habilidade do drible, da finta e ainda desacelera para ter o contato. Ele ficou conversando com Firmino depois. Mas foi pênalti. Mérito do Mané.

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