Deputado de MT quer que Bonner se explique em CPI

Mesmo estando de fora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, o deputado federal mato-grossense José Medeiros (Pode) encontrou uma forma de aparecer e ganhar alguns holofotes da imprensa.

Rapidamente, assim que foi divulgada a reportagem no Jornal Nacional envolvendo o presidente Jair Bolsonaro no caso da morte da vereadora carioca Marielle Franco (Psol/RJ), Medeiros agora quer que a CPI convide jornalistas da Globo e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), para prestar esclarecimentos sobre a matéria.

De acordo com o requerimento, os convidados seriam o editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional William Bonner, o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, Roberto Irineu Marinho, o diretor-geral da emissora, Carlos Henrique Schroeder, além de Witzel.

Contudo, mesmo que o convite seja aprovado pela CPI, o convite não possui nenhuma obrigatoriedade.

O pedido ocorre após o Jornal Nacional, da TV Globo, mostrar que um dos suspeitos do assassinato da vereadora, o ex-policial militar Élcio Queiroz, esteve, horas antes do crime, na casa do sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa, suspeito de ser o executor de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

A residência fica no mesmo condomínio onde Bolsonaro tem casa, Vivendas da Barra,  no Rio de Janeiro.

Segundo o Jornal Nacional, em depoimento, o porteiro informou que Élcio Queiroz anunciou que iria à casa de Bolsonaro, de número 58, e que assim que foi feito o contato com a residência, uma pessoa do outro lado, segundo o porteiro, seria Bolsonaro e teria autorizado a entrada de Queiroz. Porém, o mesmo não se dirigiu a essa residência, mas, sim, a de número 65, que seria de Ronnie Lessa.

Jair Bolsonaro não estava em casa nesse dia, segundo a reportagem. Ainda deputado federal, Bolsonaro estava na Câmara Federal participando de votações no Plenário.

O fato de citar o nome do presidente no depoimento faz com que a investigação para apurar a morte da vereadora e do motorista suba para o Supremo Tribunal Federal.

Na justificativa do pedido, Medeiros afirma que ‘o bom jornalismo produzido pela Rede Globo não é impermeável a falhas humanas’ e que os convidados podem detalhar os métodos com os quais produzem suas notícias jornalísticas, ‘em especial em relação à matéria veiculada na noite de 29 de outubro de 2019 sobre a suposta relação entre os assassinos da vereadora Marielle Franco e o presidente Jair Bolsonaro’.

O parlamentar também diz que o governador Witzel é suspeito de utilizar a máquina pública do Estado do Rio de Janeiro para ‘perseguir e vilipendiar a família Bolsonaro, uma vez que este disputa a mesma base eleitoral do atual presidente da República e pretende lançar-se candidato a presidente em 2022’.

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