Jornal destaca pesquisa da Empaer com a cultura do trigo

Em matéria assinada pela jornalista Fernanda Pressinott, o jornal de economia, finanças e negócio brasileiro, Valor Econômico, publicou no dia 5 de dezembro, que o “Moinho paranaense construirá fábrica em Mato Grosso” e que a produção de trigo era viável, agronômica e economicamente. Com investimento na ordem de R$ 118 milhões na construção, o moinho Dona Hilda estará em operação no ano de 2022. O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Hortêncio Paro, responsável pela validação da cultura do trigo no Estado, testou variedades que se adaptavam melhor ao solo e seis delas foram escolhidas.

O jornal Valor Econômico deu destaque a cinco variedades que já estão prontas para serem plantadas. “O Estado tem 140 mil hectares com pivôs preparados para o plantio no período de vazio sanitário da soja. O potencial de produção é e 5,9 milhões de toneladas, levando em conta um rendimento de 70 sacas por hectares”. Em 2020, deverão ser semeados 30 mil hectares e essa área deverá ser mantida até 2022, quando a unidade do moinho começará.

Na matéria publicada, Hortêncio enfatiza que as margens dos produtores poderão ficar entre 15% e 20%, considerando um custo de produção de R$ 3 mil a R$ 3,7 mil por hectare. E que a pesquisa executada pela Empaer mostrou aos dirigentes do Moinho Dona Hilda que o cultivo de trigo no Cerrado poderia dar bons resultados. O desenvolvimento da cultura é realizado em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e a Associação dos Produtores de Feijão, Trigo e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir).

Arquivo|Secom

A maior ênfase é dada para o cultivo do trigo irrigado, plantado em maio e colhido em setembro, exatamente no período do vazio sanitário da soja. Conforme Paro, o trigo é uma boa opção de manejo de solo nas áreas irrigadas, ajuda a controlar o nematoide de galha e o fungo sclerotinia (mofo branco). E também facilita o controle das invasoras de folhas largas e a palha do trigo após a colheita. Essas medidas impedem que haja erosão solar da matéria orgânica o que prejudicaria a vida microbiana do solo.

De acordo com Paro, o trabalho de pesquisa é feito há mais de 30 anos e tem comprovado a viabilidade técnica do cultivo do cereal em Mato Grosso e a qualidade do trigo colhido, que pode atingir de 300 a 500 de força de glúten (W). Com esse teor de glúten o trigo é classificado como excelente para uso na panificação. Ele explica que os valores de percentual de glúten são cruciais para fabricação de produtos diferenciados, como produção de pão, massas e farinhas. Vale lembrar, que 65% da farinha usada no país é para produção de pão. “O que falta atualmente é uma comercialização que dê sustentabilidade econômica a atividade”, salienta.

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