HUGO FERNANDES / CIPEM
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O prenúncio do aumento do custo do frete em até 30% e a consequente perda de competitividade da região Noroeste levaram o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) a pedir adequações ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), nesta segunda-feira (20). O setor de base florestal considera que a Portaria nº 139/2020 causará impactos negativos à economia dos municípios que dependem da BR-174 para escoar a produção.
A medida foi publicada no último dia 09 e limita a 48,5 toneladas o transporte de cargas pela rodovia, no trecho que compreende os municípios de Castanheira, Juruena e Colniza, localizadas entre os quilômetros 825 e 1.188. A decisão leva em consideração as fortes chuvas e o alagamento de rios na região, em especial o rio Vermelho, onde recentemente o nível da água ultrapassou 1,5 metro o nível da ponte.
Embora a Portaria pondere as chuvas como fator sazonal, a decisão em limitar o transporte de cargas deverá permanecer. Balanças para o controle de peso já foram instaladas na rodovia e a restrição passará a valer, na prática, a partir na próxima semana. O setor produtivo, por sua vez, avalia que a medida deverá reduzir o volume de negócios de maneira considerável, uma vez que a BR-174 é o principal corredor de escoamento da região.
“Estudamos a possibilidade de escoar por rotas alternativas. Mas são aproximadamente 200 km de desvio nesse trecho. Então fizemos um levantamento dos impactos que a decisão irá gerar, uma vez que a maior parte dos veículos que trafegam ali é do tipo ‘bitrem’. Estimamos, assim, um aumento de aproximadamente 30% no custo do frete e, consequentemente, além uma redução no volume de empregos gerados direta e indiretamente na região, diante da evidente falta de veículos para suprir a demanda”, concluiu o presidente do Cipem, Rafael Mason.
Em reunião realizada nesta segunda na sede do DNIT em Cuiabá, o representante do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), José Alexandre Schutze, apresentou dados do Observatório da Indústria de 2018. Eles revelam a importância de cinco setores apontados como fundamentais às economias de sete municípios da região; madeireiro, laticínios, frigoríficos, mineração e construção civil.
Para se ter uma ideia, juntos eles empregam quase 5 mil pessoas diretamente e movimentam mais de R$ 94 milhões em renda no mercado regional, com destaque para o setor de base florestal. Somente este segmento faz circular mais de R$ 69 milhões nas praças de Aripuanã, Castanheira, Colniza, Juruena, Brasnorte, Cotriguaçu e Juína.