DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Um advogado de Portugal encaminhou uma carta ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, cobrando o julgamento de um suspeito de assassinato, que teria fugido de Portugal e vive hoje em Cuiabá, capital de Mato Grosso.
O advogado Pedro Proença, que atua na defesa da família do adolescente Rodrigo Lapa, de 15 anos, que foi morto, estrangulado em Portugal, no ano de 2016, realizou a solicitação nesta segunda-feira (27).
No documento, o defensor pede que a Justiça brasileira dê início ao julgamento do suspeito do crime, Joaquim Lara Pinto, que era padrasto da vítima.
“Como o Brasil não faz extradições para outros países, tivemos que deixar todo o processo para a Justiça brasileira. Mas desde então não houve nenhum andamento. Os portugueses receiam que haja algum tipo de proteção ao suspeito por parte do Brasil”, acusou Proença.
O crime foi investigado pelas autoridades portuguesas, mas foi enviado ao governo brasileiro em 2018, pois, o suspeito do crime encontra-se no Brasil.
O pedido saiu da Embaixada do Brasil em Lisboa e foi direcionado para o Ministério de Relações Exteriores, que deverá entrar em contato com o Ministério da Justiça.
O crime
O corpo de Rodrigo Lapa foi encontrado morto em um terreno, perto da casa onde ele morava. Os exames apontaram que ele foi estrangulado e o corpo foi localizado 10 dias depois dele ser dado como desaparecido, segundo as investigações da polícia portuguesa.
Joaquim deixou Portugal e veio para Cuiabá ainda quando o enteado estava desaparecido, supostamente para fugir da acusação de homicídio.
A defesa disse que teve acesso a um laudo que apontou a existência de material genético de Joaquim em luvas de látex encontradas próximo ao corpo da vítima. O resultado foi juntado ao inquérito como prova de que o suspeito seria autor do crime.
Em setembro de 2017, uma equipe da Polícia Federal e dois policiais de Portugal cumpriram mandado de busca e apreensão na casa onde Joaquim estava morando, em Cuiabá. Na residência, os policiais encontraram um celular que pertenceria a Rodrigo.
“Os meses passaram e até a presente data, a Justiça brasileira continua sem dar resposta ao processo. Todas as nossas tentativas de apurar o que se passa esbarram na alegação de que o processo está em segredo de justiça” , diz trecho da carta.