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CPI DO PALETÓ

Ex-procurador-geral contrapõe fala de Silval onde diz MPE sabia de extorsão da AL

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Reprodução

Após oitiva do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), onde relata que chamou o ex-procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, e disse que estava sendo extorquido por deputados e pelo TCE. O ex-procurador-geral soltou uma nota de esclarecimento e relatou que Silval nunca protocolou denúncia nenhuma.

As declarações do ex-chefe do executivo foram dadas, na manhã desta segunda-feira (02), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, no plenário da Câmara Municipal de Cuiabá.

“Numa reunião que eu tive como procurador-geral no gabinete do governador para discutir vários assuntos de trabalho, o governador no final chegou para mim e falou que estava sendo muito pressionado por deputados estaduais. Eu falei para ele chamar toda a assessoria dele para preparar um documento, uma representação, porque de boca você há convir né…”, disse Prado.

No depoimento à CPI do Paletó, Silval afirmou que falou sobre a extorsão para Prado e que “ficou por isso mesmo”. Então, o Ministério Público Estadual (MPE) sabia de tudo e não fez nada.

O ex-procurador-geral confirmou que manteve conversa com o ex-governador sobre o caso e o orientou a oficializar a denúncia no MPE, o que, segundo ele, nunca aconteceu.

“Falei para ele preparar um documento circunstanciado dizendo o que estava acontecendo e, em seguida, protocolasse no MPE que nós íamos tomar as providências. Inclusive, cheguei a dizer para ele gravar, porque a lei ampara filmagens em caso de ameaças. Ele nunca fez isso”, acrescentou Prado.

A oitiva 

O ex-governador Silval Barbosa (sem partido) afirmou, durante o depoimento prestado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que pediu uma reunião com o então procurador-geral de Justiça do Estado, Paulo Prado, para relatar que estava sendo alvo de uma suposta extorsão praticada pelos deputados da Assembleia Legislativa e pelo Tribunal de Contas do Estado. O encontro teria acontecido dentro do Palácio Paiaguás.

Segundo o ex-chefe do executivo estadual, Prado teria chegado a sugerir que ele, Silval, gravasse os parlamentares para que o Ministério Público do Estado (MPE) pudesse tomar providência, mas o plano não foi para frente e o ex-governador argumentou que teve de tocar o Governo da forma como teria-se sujeitado.

“Não estou vinculando grau parentesco de nada. Não foi negado audiência. Quando um governador quer conversar com um presidente, não precisa deslocar, você convida e ele vem no gabinete. Foi o que foi feito. Em uma reunião com o doutor Paulo [Prado] eu falei o que estava acontecendo. Expliquei bem que não era só ali [Assembleia Legislativa] era outros que estavam, como o Tribunal de Contas. Eu relatei que estava passando por uma série de problemas, com dificuldades das mais perversas para executar os programas de Governo”, disse Silval.

O Procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado, soltou uma nota de esclarecimento, confira na íntegra.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Com relação à afirmação feita pelo ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, em depoimento à chamada “CPI do Paletó” nesta segunda-feira (02/03), na Câmara Municipal de Cuiabá, de que teria solicitado ajuda ao Ministério Público Estadual, por intermédio do então procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, porque estaria sofrendo, durante sua gestão, chantagem de deputados estaduais para que projetos de obras da Copa do Mundo de 2014 fossem aprovados pela Assembleia Legislativa, o Procurador Paulo Prado tem a esclarecer o seguinte:

“Ainda na gestão do ex-governador, durante uma audiência de caráter institucional no Gabinete do Palácio Paiaguás, Silval Barbosa, fugindo da pauta, em determinado momento afirmou que não estava mais suportando as pressões feitas pelos deputados estaduais, que solicitavam pagamento de propina para aprovar projetos de obras para a Copa do 2014 em Cuiabá.

Em resposta, sugeri que o então governador se reunisse com sua assessoria direta e com a área de inteligência do Governo e preparasse uma representação formal detalhada da suposta chantagem que estaria sofrendo, inclusive informando os nomes dos parlamentares que exigiam propina. Sugeri também, inclusive, que na condição de vítima, ele poderia gravar as supostas tentativas de extorsão e então encaminhar o material ao Ministério Público Estadual para as devidas providências. Entretanto, o senhor Silval Barbosa nunca encaminhou qualquer tipo de documento ao MP para formalizar uma denúncia e solicitar a atuação ministerial.”

Paulo Roberto Jorge do Prado
Procurador de Justiça

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