MATO GROSSO MAIS
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O conselheiro titular afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antonio Joaquim, acusou o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o governador de Mato Grosso, à época, Pedro Taques (sem partido), de serem os responsáveis pelo seu afastamento que está perto de completar 30 meses.
“Desde que tudo isso começou eu tive a certeza de que estou sendo punido por ter decidido pleitear uma candidatura ao Governo do Estado. Este é o verdadeiro crime que cometi! Hoje, mais do que nunca, sei que sou vítima de uma trama sórdida e covarde, uma grande farsa, executada por dois bandidos, ex-procuradores do MPF, o então procurador-geral Rodrigo Janot e o Sr. Pedro Taques, desencadeada com o único objetivo de impedir a minha presença no processo eleitoral de 2018”.
A fala foi feita nesta segunda-feira (9), em coletiva de imprensa, no escritório do advogado José Antonio Rosa.
O conselheiro está afastado de suas funções desde o dia 14 de setembro de 2017, após a deflagração da Operação Malbolge feita, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Antonio Joaquim é citado na delação do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) de ter recebido propina, juntamente com outros quatro conselheiros titulares afastados, no valor de R$ 53 milhões, para fazer vista grossa do Programa MT Integrado. Ele também é citado por vender uma fazenda ao empresário Wanderlei Torres, dono da Trimec, que tinha como sócio oculto o próprio Silval.
Antonio Joaquim nega que tenha cometido crimes citados pelo ex-chefe do executivo estadual.
Ele disse que, até hoje, não foi ouvido pelo STF, pelo Superior Tribunal de Justiça ou pela Polícia Federal.
Ainda nesta semana, o conselheiro deve ir a Brasília para entrar com recurso no STJ para tentar retornar ao cargo.
Na coletiva, ele disse que está lançando uma espécie de cruzada para proteger sua reputação e que também não tem medo do que pode conter a delação do conselheiro Sérgio Ricardo.
Segundo Antonio Joaquim, o que existe, de fato, no inquérito contra ele:
A afirmação do Silval Barbosa de que teria se reunido com um colega para tratar de uma suposta propina e que esse colega teria dito que iria me dar uma parte. Nunca disse que esteve reunido comigo uma vez sequer para tratar desse assunto.
A fala de Silval de que era sócio oculto de uma propriedade que eu vendi em 2012 (a delação foi feita 5 anos depois, em 2017) para a empresa Trimec, de propriedade do Sr. Wanderlei Torres.
Sobre a citação de envolvimento com a suposta propina:
Não há um indício, uma imagem, um documento, ou seja, não existe um fiapo de prova desse meu envolvimento, a não ser a palavra do delator.
SITUAÇÃO DO INQUÉRITO ATÉ HOJE:
Somente 2 depoimentos:
– Silval Barbosa:
– repete a delação
Wanderlei Torres:
– admite a sociedade oculta
– admite o uso de recursos provenientes de propinas
– me inocenta dos 2 eventos citados pelo Silval