O juiz que determinou a decisão teve sua identidade preservada mediante a instauração do instituto do “juiz sem rosto”, através do sorteio de três magistrados, os quais, por lei, tem suas identidades preservadas.

Os juízes acataram um pedido dos diretores da PCE, que informaram que Sandro já tentou fugir da unidade duas vezes, uma em dezembro de 2019 e outra em março deste ano.

Sandro Louco é visto como líder da organização criminosa Comando Vermelho e foi condenado a pena de 205 anos e nove meses de reclusão, por praticar crimes de desacato, falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado e posse ou porte de arma de fogo.

Em meio a decisão, os magistrados relatam que a permanência de Sandro na PCE põe em risco a ordem pública, pois mesmo recolhido no sistema penitenciário federal por longo período no sistema penitenciário estadual o mesmo tentou abrir fuga outras duas oportunidades.

“Grades foram cerradas, veículos para a fuga foram apreendidos, o que evidencia um grande planejamento para uma fuga em massa, a partir da área em que o reeducando Sandro da Silva Rabelo e outros líderes do Comando Vermelho estavam reclusos”, diz trecho da decisão.

“E, como salientado, o que se buscou, em verdade, seria uma fuga em massa, diante da apreensão de carros, que serviriam para auxiliar os líderes na evasão, o que, a toda evidência, demonstra que a presença do recuperando no estabelecimento prisional mais seguro de Mato Grosso, lamentavelmente, coloca em risco a ordem pública”, diz outro trecho.

A PRISÃO:

A primeira prisão de Sandro Louco  foi em 2000, depois de assaltar um banco em Várzea Grande, porém fugiu no mesmo ano.

Em seguida, saiu da cadeia pela porta da frente e ainda levou as armas dos policiais que faziam a guarda do local.

Quando foi recapturado e levado ao Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), escapou novamente.

A outra prisão veio dois anos depois em fevereiro de 2002, sendo levado para a PCE. No ano seguinte, foi transferido para o Presídio Major Eldo Sá Corrêa (Mata Grande), em Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), onde conseguiu fugir.

A última prisão ocorreu no ano de 2005. Ficou cerca de 6 meses em uma unidade prisional de São Paulo.

Ao retornar para Mato Grosso, foi levado para Água Boa (a 730 km ao leste da Capital), onde liderou a rebelião em que cometeu um assassinato.

Ele foi transferido para a unidade de segurança máxima em Catanduvas (PR) no início do ano de 2007 e depois para presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Em 2012, retornou a PCE e, em 2016, foi enviado novamente para Catanduvas. Em 2019, retornou de novo para a PCE.