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Carro da lapada; Criminosos anunciam toque de recolher em Acari (RJ)

DA REDAÇÃO/ MATO GROSSO MAIS
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Reprodução

Moradores registraram em vídeo, uma cena curiosa nesta quinta-feira (23), na favela de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), criminosos utilizam um carro de som para anunciar toque de recolher, por conta da pandemia.

O veículo “fiscalizador” é chamado de “Carro da lapada”.

O carro de modelo Civic prata é adaptado com giro-flex e caixas de som acopladas num reboque.

“Atenção, comunidade! Agora é lei. A ordem é ficar em casa. O carro da lapada vai passar às 19h30. Não fique na rua batendo perna de bobeira. Atenção, mãe, não deixe suas crianças nas ruas. Não estamos de férias. Estamos de quarentena”, começa o alerta precedido de um som de suspense.

Na sequência diz que, durante o dia, se sair à rua, o uso da máscara é obrigatório. Festa e churrasco só são permitidos dentro de casa, ainda de acordo com a ordem.

“O carro da lapada vai fiscalizar. O papo é toque de recolher. À noite só será permitido quem trabalha com entrega e tem que estar de máscara e luva. Isso é obrigatório”, destaca.

”Repetindo, não estamos em colônia de férias. Estamos em quarenta. Essa doença é séria. Já temos vários casos de coronavírus dentro de Acari e alguns casos de morte. Não pague para ver. Abraça o papo ou o papo vai te abraçar”, finaliza.

Para José Ricardo Bandeira, especialista em segurança pública, os áudios e vídeos são lamentáveis.

“O crime organizado está ocupando o lugar do poder público devido à omissão. Já que o poder público não ocupa seus espaços, não incrementa seus projetos sociais, o crime organizado ocupa esse lugar”, avalia.

O especialista diz que, bem ou mal, o crime organizado está dentro da comunidade e vê a realidade local.

Para que infratores cheguem ao ponto de impor toque de recolher, é porque criminosos estão vendo que a situação nas comunidades está gravíssima, afirma Bandeira.

“As comunidades do Rio estão abandonadas. São milhões de pessoas vivendo sem saneamento básico, sem condição mínima de higiene. A proliferação de um vírus é catastrófica. Daí a preocupação do crime organizado tentando conter. É algo ilegal, não podemos concordar que pessoas vivam sob o julgo da violência, da pressão bélica, mas acontece devido à omissão do poder público”, diz.

(Com informações do O DIA)

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