G1 / BRENDA ORTIZ
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O homem que agrediu duas enfermeiras, na última sexta-feira (1º), durante um ato pelo isolamento social, em Brasília, era funcionário terceirizado do Ministério da Mulher da Família e dos Direito Humanos (MMFDH).
Renan da Silva Sena é engenheiro eletricista e foi gravado ao xingar e empurrar duas enfermeiras que participavam do protesto em que trabalhadores da saúde levaram cruzes para a frente do Palácio do Planalto para simbolizar as mortes pela Covid-19.
A informação foi dada pelo site de notícias UOL e confirmada pelo G1, nesta terça-feira (5).
O ministério informou, durante a tarde, que Sena foi contratado em 5 de fevereiro deste ano e substituído na segunda-feira (4). A pasta disse ainda que desde 7 de abril ele “estava em trabalho remoto diante da pandemia” (veja íntegra da nota ao final da reportagem).
Durante a agressão às enfermeiras, Renan Sena estava acompanhado de mais duas pessoas, que foram identificadas como Marluce Carvalho de Oliveira Gomes e Gustavo Gayer Machado de Araújo. Marluce é empresária em Palmas, no estado de Tocantins, e Gustavo é proprietário de um instituto linguístico em Goiânia, Goiás.
Perfil de Renan Sena no Facebook — Foto: Facebook/Reprodução
O engenheiro eletricista prestava serviço à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA), que coordena o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). A pasta é responsável pela execução de medidas destinadas a adolescentes em conflitos com a lei.
Ele era funcionário da empresa G4F Soluções Corporativas Ltda, que tem um contrato com o Ministério dos Direitos Humanos no valor de R$ 20 milhões para prestação serviços operacionais e apoio administrativo.
O G1 entrou em contato com a empresa que presta serviço ao governo federal, que ficou de retornar às ligações.
Investigação
Enfermeiros fazem ato no DF para reforçar necessidade do isolamento social — Foto: Arquivo pessoal
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) solicitou à Polícia Civil a abertura de investigação para apurar agressões sofridas por enfermeiros e jornalistas durante manifestações neste fim de semana, em Brasília. A corporação terá 30 dias para finalizar o inquérito.
A apuração de um dos casos atende a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que enviou ofício à Procuradoria de Justiça do MPDFT na última segunda-feira (4).
Na sexta-feira (1º) – Dia do Trabalhador – manifestantes vestidos de verde e amarelo tentaram interromper um protesto realizado por profissionais de saúde a favor do isolamento social. O ato foi organizado por enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Já os profissionais de imprensa foram agredidos em frente ao Palácio do Planalto no domingo (3) enquanto cobriam ato em apoio ao governo Jair Bolsonaro (sem partido). A equipe do jornal ‘’O Estado de São Paulo’ foi atingida por chutes, murros, empurrões e rasteiras.
Enfermeiras agredidas
Confusão durante ato em favor do isolamento social, em Brasília — Foto: Arquivo pessoal
A manifestação dos profissionais de saúde ocorreu na manhã do feriado do Dia do Trabalhador, em frente ao Palácio do Planalto. O ato, segundo os organizadores, “era para reforçar a necessidade da população cumprir o isolamento social e prestar uma homenagem à memória dos 55 enfermeiros, técnicos e auxiliares que já perderam a vida na linha de frente do combate ao coronavírus”.
Usando jaleco e máscaras, os manifestantes seguravam cruzes em referência aos mortos por coronavírus no país, e erguiam cartazes com frases como “enfermagem em luto pelos profissionais vítimas da Covid-19. Fique em casa”.
Por volta das 9h30, um homem vestido de verde e amarelo – que depois foi identificado como Renan Sena – começou a filmar os profissionais. Na camisa, ele estampava os dizeres “meu partido é o Brasil”.
Em seguida, ele se exaltou, gritou com os manifestantes e chamou uma enfermeira de “medíocre”. Na imagem, Sena parece segurando a mulher com força. O grupo deixou o local, por volta das 11h30, acompanhado de policiais militares.
Nota do MMFDH
“O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) informa que Renan da Silva Senna não faz mais parte da equipe de prestadores de serviços terceirizados desta pasta. O ex-colaborador não possui qualquer acesso à rede de dados nem às informações internas do órgão desde a sua saída.
Ele foi contratado, no dia 5 de fevereiro, como prestador de serviços terceirizado após processo seletivo realizado pela empresa G4F. Não há, portanto, qualquer vínculo direto com Administração Pública Federal.
A empresa seleciona os profissionais com base nos critérios técnicos definidos pelo Ministério no termo de referência no qual a contratação foi baseada.
Ele atuava como assistente técnico administrativo na Coordenação-Geral de Assuntos Socioeducativos, onde cumpriu as tarefas demandadas até 7 de abril.
A partir desse dia, o funcionário, que estava em trabalho remoto diante da pandemia, deixou de responder todas as tentativas de contatos telefônicos e e-mails da unidade.
Diante disso, o Ministério imediatamente informou à empresa G4F sobre a ausência de Renan. A empresa conseguiu o contato no dia 23 de abril.
O MMFDH solicitou a substituição do funcionário no dia 23 de abril. Prontamente, a empresa G4F deu início aos trâmites legais necessários à efetivação da rescisão contratual, que foi concluída no último dia 4 de maio, com a substituição do prestador de serviço terceirizado. O substituto, inclusive, já começou a trabalhar. O Ministério já dava o assunto por encerrado.
Importante esclarecer que o motivo de o e-mail do ex-colaborardor continuar funcionando decorre do fato de que, apesar de o acesso ter sido bloqueado, as contas ainda recebem mensagens até que sejam concluídos os trâmites internos de exclusão do nome do usuário no servidor de correio eletrônico.
Portanto, o simples fato de uma caixa receber mensagens não vincula necessariamente o seu destinatário ao Ministério. No caso, por exemplo, não há possibilidade de acesso nem resposta por parte do ex-colaborador às mensagens recebidas.
Por fim, o MMFDH ressalta que repudia qualquer ato de violência e agressão, principalmente contra profissionais de saúde em um momento que eles devem ser ainda mais respeitados e valorizados.
Assim, é importante ressaltar que este Ministério tem realizado uma série de ações de enfrentamento a todos os tipos de violência desenvolvidas no âmbito de suas pastas temáticas, assim como ações de enfrentamento às consequências sociais da pandemia do novo coronavírus – sempre de acordo com as orientações do Ministério da Saúde.
Cumpre-nos também informar que, durante todo este processo, a empresa prestadora de serviços agiu com agilidade, ética e presteza no atendimento do pedido de substituição do funcionário, que ocorreu pelos episódios acima relatados.”
otario
realizar identificação desses apoiadores!
provável conclusão. Algum vinculo com Estado.
Muda somente os atores, mais a patifaria continua.
Quem é Governo, sempre financiando esses grupos de milicianos