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POSICIONAMENTO

Felipe Neto apaga post após cobrar Neymar: “Branco não deve cobrar de um negro sobre pautas racistas”

Reprodução/Instagram

Felipe Neto apagou o post em que cobrava uma postura de Neymar Jr. sobre os movimentos antirracistas que aconteceram no final de semana nos Estados Unidos e também no Brasil.

“Apaguei o tweet sobre o silêncio do Neymar após mensagens de integrantes do movimento negro, mostrando que um branco não deve cobrar de um negro sobre pautas racistas”, escreveu ele, dizendo que sempre que errar, vai se corrigir publicamente.

“Isso não muda o fato de eu condenar o silêncio do jogador, que é, disparado, o maior influenciador digital brasileiro no mundo, mas que se silencia a respeito de quase todas as pautas humanitárias e sociais que assolam seu país de origem e se espalham pelo planeta”, continuou.

“Contudo, entendi que o papel de cobrar posicionamento do Neymar acerca de pautas que envolvem o racismo não cabe a um branco. Continuarei cobrando quando o assunto for Amazônia, fascismo e opressão, coisas que ele sempre se manteve calado. Sigamos em frente”, finalizou.

Felipe Neto (Foto: Reprodução/ Twitter)

MAIS CEDO 
Na madrugada, Neto escreveu em sua rede social: “Vidas negras importam. Mas nem todo mundo se importa”, repostando uma série de imagens com os prints do Twitter de Neymar, que não se posicionou sobre a morte de George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos, além dos protestos contra o racismo. A cobrança acabou levando os nomes de Felipe Neto e Neymar aos assuntos mais comentados do Brasil, dividindo opiniões dos internautas.

Na web, influenciadores chegaram a repercutir. Um deles foi o músico do Ultraje a Rigor, Roger Moreira, que deu uma resposta atravessada, printando uma matéria do site do Estadão.

“Neymar questiona barulho de Felipe Neto: ‘Quem é esse bosta de Felipe Neto?'”, escreveu nas redes, provocando uma série de tweets contra o influenciador. Moreira é defensor dos protestos Bolsoanaristas.

Neto, por sua vez, apoia o movimento “O Seu Silêncio é Racismo”, que cobra posicionamento de pessoas públicas contra o racismo. Após a repercussão dos tweets, o empresário e influenciador chegou a falar mais uma vez sobre Neymar em uma conversa.

“Ainda não deu tempo de o departamento de marketing avisar as pessoas mais próximas do staff sobre o que tá acontecendo no mundo real. Aí até bater o post com assessoria de imprensa, com os patrocinadores, clube, CBF…”, escreveu Demétrio Vecchioli, com ironia. “Quem dera. Lembra na época da Amazônia pegando fogo? Até os companheiros de PSG postaram, menos ele”, rebateu o influenciador em postagem também apagada (veja print abaixo).

Felipe Neto sobre Neymar (Foto: Reprodução/Twitter)

Roger Moreira em tweet na manhã de segunda (1) (Foto: Reprodução/Twitter)

ENTENDA OS PROTESTOS
Durante cinco dias consecutivos, desde a morte de George Floyd — que foi asfixiado por um policial branco ajoelhado em seu pescoço em Minneapolis, na segunda-feira (25) — uma onda de protestos antirracistas se espalhou por mais de 30 cidades nos Estados Unidos.

A morte do homem negro de 40 anos virou o novo símbolo da violência policial contra os cidadãos negros e levou milhares de pessoas às ruas, entre eles famosos como Beyoncé, Jamie Foxx, Emily Ratajkowski, Paris Jackson, Nick Cannon, Anna Kendrick, Ariana Grande, Halsey, Lauren Jaregui e John Cusack.

Com máscaras e cartazes, as celebridades protestavam com frases como “Parem de nos matar”, “Vidas negras importam”, “Paz, amor e justiça” e a mais recente e impactante de todas: “Por favor, eu não consigo respirar”. Dita várias vezes por Floyd, enquanto ficou 9 minutos de bruços no chão, com o policial Derek Chauvin apoiando o joelho contra seu pescoço.

O post original de Felipe Neto sobre Neymar Jr., apagado (Foto: Reprodução/Twitter)

Jamie Foxx e Nick Cannon viajaram para Minneapolis, onde Floyd foi morto, para se unirem às manifestações com líderes comunitários e ativistas sociais. “Não estamos com medo de nos levantarmos.

Não estamos com medo deste momento”, disse durante uma entrevista coletiva na Prefeitura de Minneapolis. “Eu não sou uma celebridade, eu sou de Terrell, no Texas.

Estes são meus irmãos. Isso significa tudo, porque no final do dia, quando nós vemos vocês nas linhas de frente, queremos que vocês saibam que têm apoio”, disse Foxx.

A polícia americana usou de violência para conter o povo. A cantora Halsey, em suas redes sociais, denunciou algumas dessas agressões e disse que foi atingida por disparos.

“Estávamos pacificamente com as mãos para o alto sem nos movermos e os policias abriram fogo, com armas de balas de borracha e gás lacrimogênio várias vezes contra os cidadãos de Nova York. Não estávamos provocando eles”, escreveu. “A maioria de nós apenas está pedindo que tenham empatia, que reconsiderem a humanidade e a história e o futuro da nossa nação”, continuou.

“Eles abriram fogo várias vezes. Eu fui atingida duas vezes. Uma vez por uma pistola e outra por estilhaços. Ficamos com gás lacrimogênio por horas. A linha de frente não cedeu. Eu vou voltar”, disse ela, no Instagram.

A modelo Emily Ratajkowski também escreveu um texto repudiando a força policial ao usar cassetetes e gás lacrimogênio nas manifestações. “Era para (os Estados Unidos) ser um país livre, que permite protestos.

As pessoas estão protestando pela injustiça e as estruturas de poder (como a da polícia) que permitem essas injustiças estão recebendo os cidadãos com uma força policial militarizada. As manifestações são a linguagem dos que não são ouvidos”, afirmou ela, que participou dos protestos em Los Angeles.

Paris Jackson, por sua vez, pediu protestos pacíficos.

“Hoje começou tão lindamente, vendo as pessoas se unirem com paz e harmonia em seus corações. Partiu meu coração ver tudo arder em chamas. Violência não é a resposta. Como esperamos trazer nosso mundo para um modo de vida mais feliz, mais alto e mais saudável, se estivermos tão baixo quanto aqueles que cometeram os crimes que estamos protestando? Somente protesto pacífico!”, pediu ela.

Vinte e cincos cidades em 16 estados tiveram o toque de recolher decretado, para conter as manifestações, entre elas: Atlanta, Chicago, Filadélfia, Miami, Minneapolis, São Francisco, Los Angeles.

Durante os protestos, lojas como Target e Apple foram saqueadas, viaturas policiais ateadas fogo e prédios públicos depredados.

Outros países do mundo também organizaram protestos pela morte de Floyd no fim de semana, como foi o caso do Reino Unido, Canadá e Alemanha. Em Londres, a manifestação no distrito de Peckham.

Em Toronto os canadenses homenagearam Regis Korchinski-Paquet, um homem negro que morreu ao cair de um prédio depois de uma abordagem policial. Em Berlim, o povo reuniu-se em frente a embaixada americana.

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