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BELORIZONTINA

Vítima de contaminação da Backer, bancário tem alta após seis meses

REGIANE MOREIRA/RECORDTV MINAS/LUÍZA LANZA
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Reprodução/RecordTV Minas

Uma das 42 pessoas intoxicadas após consumir cervejas da Backer, o bancário Luciano Guilherme de Barros recebeu alta hospitalar.

Durante os seis meses em que ficou internado, foram necessárias duas cirurgias em um processo que envolveu paradas cardíacas, danos permanentes das funções renais, três infecções, e síndrome respiratória aguda.

Luciano ficou com sequelas permanentes e, mesmo assim, não recebe ajuda financeira da cervejaria. Nesta segunda-feira (8), completou-se cinco meses desde que as investigações começaram.

Cerca de 60 testemunhas prestaram depoimento quanto à contaminação de 42 pessoas que consumiram cervejas da Backer, entre dezembro de 2019 e janeiro deste ano.

O bancário foi internado, em dezembro do ano passado, após consumir vinte garrafas da cerveja Belorizontina em um intervalo de menos de uma semana. A bebida era de um dos 53 lotes contaminados com mono e dietilenoglicol; substâncias tóxicas anticongelantes, utilizadas no resfriamento de tanques de produção.

Após seis meses internado, Luciano se despediu do hospital onde ficou por 70 dias somente no CTI (Centro de Tratamento Intensivo). Para o bancário, a emoção de voltar para casa é grande.

— Foi emocionante. Meu apartamento tem 70 metros quadrados, mas, para mim, parece uma mansão de tão feliz que eu fiquei de ficar do lado da minha família, do meu filho, da minha esposa que tá cuidando tão bem de mim.

A pressão de Luciano chegou a 22 por seis e ele sentia muita cólica e dor de cabeça. Os rins pararam de funcionar, para o desespero da família. A esposa, Emília, conta que ele ficou entre a vida e a morte.

— Tinha dia em que a gente chegava e ele estava bem. No outro dia, a gente chegava e [ele estava] lá embaixo. Por seis meses moramos no hospital.

Auxílio 

A esposa e o irmão de Luciano estão entre as 60 testemunhas que prestaram depoimento na delegacia que investiga o caso. De acordo com a Polícia Civil, o inquérito, que já dura cinco meses, está em fase de conclusão. Das 42 vítimas, nove morreram. Nenhuma delas, porém, tiveram o tratamento custeado pela Backer, conforme determinado pela Justiça.

O professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Cristiano Mauro Assis Gomes, desenvolveu um caso de insuficiência renal e era a única vítima cuja assistência médica era custeada pela empresa.

Mas, no início de maio, a Backer interrompeu o pagamento, alegando que não possuía mais recursos financeiros para dar continuidade ao acordo firmado com o paciente, pois está com os bens bloqueados.

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