Jean Alesi foi piloto da Ferrari por cinco temporadas, o que ajudou a acumular uma certa riqueza. Ainda assim, para bancar a temporada 2020 do filho Giuliano na Fórmula 2, o francês teve de se desfazer de um ícone dos anos 1990 e sonho de muita gente na época: uma Ferrari F40.
Segundo Jean, apesar das conexões que criou em função do passado nas pistas, a pandemia transformou a caça por patrocinadores em uma tarefa quase impossível. Além disso, como ele mesmo diz, estaria muito velho para ficar desfilando com a F40, que pode ser encontrada por até R$ 11 milhões ao redor do mundo.
– Sou um ex-piloto de F1, tenho conexões, mas eu tive de vender minha Ferrari F40 para ter dinheiro para o meu filho correr na F2. Por quê? Porque é uma missão quase impossível achar um patrocinador. O preço da temporada é muito cara e ninguém quer mudar isso. Entre ter uma Ferrar F40 na garagem e ver meu filho correr, nem penso duas vezes. Eu prefiro vê-lo correr… e estou muito velho para dirigir a F40.
Alesi reclama que, diferentemente da F1, na categoria de base não houve acordos por um teto orçamentário. Sequer ouve a diminuição da taxa paga pelo piloto para disputar uma temporada em meio a pandemia de coronavírus. .
– Esse ano será um pesadelo. Temos conversado sobre um teto orçamentário, mas nada foi acordado na Fórmula 2. Eles não mudaram o valor da taxa nem nada nesse sentido. Então tenho certeza de que muitos pilotos não terminarão a temporada. Será um desastre para os pilotos da F2.
Alesi é mais uma engrossar o coro sobre os elevados custos da base do automobilismo. Nesta semana, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, já havia batido nessa tecla.
– As raízes do automobilismo precisam ser mais baratas do que hoje em dia. Gastar R$ 600 mil para um garoto de 12 anos disputar um campeonato é simplesmente inimaginável para a maioria das famílias. Precisamos trabalhar em um esquema que proporcione oportunidade para mais crianças testarem os kart até que, eventualmente, possam percorrer todo o caminho até a F1.