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A notícia da prisão de Fabrício Queiroz na casa de Frederik Wasseff, advogado do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o senador Flávio, fez o presidente convocar, na manhã desta quinta-feira, seus principais assessores jurídicos para uma reunião fora da agenda e tentar traçar uma reação coordenada.
Bolsonaro convocou o ministro da Justiça, André Mendonça, e o secretario-geral da Presidência, Jorge Oliveira —também responsável pelos assuntos jurídicos da Presidência—, além de ministros palacianos, para discutir a situação, confirmaram à Reuters duas fontes a par do tema.
Até agora, no entanto, a resposta do Planalto tem sido o silêncio. Pela manhã, Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada mais cedo que de costume, pouco depois das 8h, e não parou nem mesmo para atender seus apoiadores, que costumam se reunir no local todas as manhãs.
Procurados, nem o Planalto nem ministros palacianos comentaram oficialmente o tema.
Queiroz, ex-policial militar e ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, é homem central no escândalo da rachadinha.
Ele foi assessor de Flávio quando o atual senador era deputado estadual no Rio. A suspeita é de apropriação e desvio de parte dos salários dos servidores do gabinete do parlamentar.
Tratado como amigo próximo por Bolsonaro e seus filhos, estava desaparecido desde o ano passado e tanto a família Bolsonaro quanto o próprio Wasseff, advogado de Flávio no caso, alegavam não ter contato com ele.
Um assessor próximo do presidente avalia que a prisão do ex-PM em uma casa de Wassef, em Atibaia (SP), leva a crise do caso Queiroz, que sempre rondou Bolsonaro, para dentro do Palácio do Planalto, algo que o presidente sempre tentou evitar.
“Era de se esperar. Wassef caiu nas graças da família, estava em todos os lugares, mas não era de confiança”, diz a fonte.