Após ser alvo da Operação Overlap, deflagra na manhã desta terça-feira (23), o secretário de Educação de Cuiabá, Alex Vieira Passos, pediu exoneração do cargo. Passos havia sido afastado do cargo por determinação da 7ª Vara Criminal de Cuiabá até que as investigações sejam concluídas.

“Saio para deixar o prefeito a vontade, fazer as tomadas de contas especiais e até mesmo para não ser acusado de obstrução a Justiça”, disse o agora ex-secretário.

Alex é acusado de beneficiar sua própria empresa na obra do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Joana Mont Serrat, no bairro CPA III, em 2017, e segundo ele, a exoneração visa preservar as investigações e a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Ele irá se dedicar a sua defesa no caso.

Além disso, as investigações apontam que diversos serviços desta obra já haviam sido executados, o que aponta que o município pagou 2 vezes os mesmos serviços.

Porém, o ex-secretário negou qualquer tipo de irregularidade em seus atos e até mesmo relação com a empresa que executou a obra do CMEI. Passos explicou que o CMEI teve uma primeira obra em 2012, ainda na gestão do ex-prefeito Chico Galindo. “Ali, eles já falam que já houve pagamento em duplicidade”.

Após isso, segundo Passos, houve uma nova licitação em 2016, onde a empresa que ele teria relação foi a vencedora. “Os donos dessa empresa foram meus sócios em outro segmento, nada a ver com o que estão investigando”.

Passos continuou, falando que a ordem de serviço para esta obra foi assinada em 2017, pelo ex-secretário Rafael Cotrim. “Em 2018, eu assumi a Secretaria de Educação e a obra termina. Eu paguei só 30% da obra”, concluiu.

O delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), explicou que inicialmente não existe nenhuma suspeita de que o prefeito Emanuel saberia das supostas fraudes cometidas pelos dois ex-secretários. “De imediato, refutamos a participação do prefeito Emanuel Pinheiro. Não há nada que envolva o chefe do Executivo municipal neste caso”, disse o delegado.