https://matogrossomais.com.br/wp-content/uploads/2020/07/ricardo.jpg

"MINISTRO DA DESTRUIÇÃO"

Ex-presidente do Inpe defende demissão de Ricardo Salles

Quase um ano depois de o físico e professor Ricardo Galvão ter sido demitido da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), muita coisa ainda lembra o cenário que levou à sua queda, em 2019: recordes de desmatamento, pressão internacional pela preservação da Amazônia e um governo que contesta dados produzidos pelos próprios órgãos oficiais.

De lá pra cá, contudo, cresceu a pressão pela saída do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles – o que, avaliou Galvão em entrevista ao Metrópoles, é fundamental para a “salvação do Brasil”.

“Supondo que este governo vá continuar, para a salvação do Brasil, para recuperarmos a imagem do país no exterior, Salles e Ernesto Araújo [ministro das Relações Exteriores] têm que ser exonerados imediatamente. Salles não poderia nem ter entrado, claramente ele assumiu como o ministro da destruição do meio ambiente”, afirmou Galvão na entrevista, concedida no fim da semana passada, antes de o Ministério Público Federal (MPF) entrar com ação de improbidade administrativa contra Salles, nessa segunda-feira (6/7).

O ministro é acusado de “desestruturação dolosa das estruturas de proteção ao meio ambiente”. Assinada por 12 procuradores da República, a ação pede o afastamento de Salles em caráter liminar, ou seja, imediatamente.

Para exemplificar, o ex-diretor do Inpe lembrou o discurso de Salles na reunião ministerial de 22 de abril, quando ele disse que a pandemia do novo coronavírus era uma oportunidade para o governo “ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”.

“Aquele circo de horror que todos nós assistimos, não pode ser mais claro que aquilo. Ele tem a visão de favorecer o capitalismo predatório, mesmo na Amazônia. A mentalidade dele é clara: ele vê o progresso econômico como oposto à preservação ambiental.”

Segundo ele, a pressão de países como Noruega, Alemanha, Suíça e Holanda deve aumentar e, para conter a insatisfação externa, não será o bastante seguir com o discurso de que dados são manipulados para “falar mal do Brasil”, como defende o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). ” Isso é conversa de criança, é tapar o sol com a peneira, os dados todos tem na hora que quiserem”, pontuou.

“O governo não tem nenhuma credibilidade externa. É essencial trocar o ministro. O protagonismo que o Brasil desempenhava no exterior na área do meio ambiente foi inteiramente destruído por este governo.”

Sobre o titular do Itamaraty, ele diz que, ainda que não atue diretamente na questão do meio ambiente, Araújo “também tem um discurso nesse sentido, nega a questão da mudança climática, e causa uma impressão muito má no exterior”. Recentemente, lembra, ele ouviu de um “brasileiro alto na diplomacia”, em Columbia (EUA), que o discurso do chanceler também “afeta violentamente a imagem do Brasil”.

Conselho da Amazônia
Galvão também criticou o vice-presidente, General Hamilton Mourão (PRTB), que, desde fevereiro, comanda o Conselho da Amazônia.

“Achava que era uma pessoa mais sensata, mas a verdade é que até agora não fizeram absolutamente nada”, acrescentando que o Brasil terá recordes, na série histórica dos últimos 15 anos, em queimadas e desmatamento.

Reiterando as queixas sobre a composição do colegiado – que não tem representantes dos governos estaduais, nem da comunidade científica, nem do empresariado especializado em desenvolvimento sustentável –, o professor classificou como “visão totalmente distorcida” a estratégia dos militares para a região.

Veja Mais

Um comentário em “Ex-presidente do Inpe defende demissão de Ricardo Salles”

  1. Luiz Gonzaga Galvão disse:

    Convenhamos,o maior legado que esta nossa geração poderá deixar às gerações futuras e será fundamental para melhoria da qualidade de vida no Planeta, é a Preservação do Meio Ambiente.Portanto,Urge lutar pela preservação dos nossos mares,rios,lagoas,da nossa água,nascentes,das nossas matas,florestas,fauna e flora,enfim,do nosso ar.Tudo isso para que a natureza possa ser cada vez mais pródiga e possa, desta forma,oferecer as melhores condições de vida,a adequada sustentabilidade à todos os seres que vivem nesta preciosa Terra. Por sua vez,Salles,o atual Ministro do Meio Ambiente,está na contra mão da Nova Ordem,do desenvolvimento sustentável.Como se constata,ele vem desempenhando neste Governo,na área ambiental,um papel negativo,desgastando sobremaneira,a imagem do Brasil no exterior e trazendo consequências adversas ao desenvolvimento do nosso Brasil.Como se sabe,a prioridade atual da humanidade é a Preservação Ambiental,que objetiva a melhoria da qualidade de vida no Planeta.Assim sendo,o Brasil não pode ficar à margem deste Singular,Urgente,Necessário e Humanitário Evento.Por isso,concordamos com o Emérito Professor Ricardo Galvão:FORA MINISTRO SALLES!FORA!

Deixe seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *