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"PERFIS FALSOS"

Decisão do Facebook preocupa aliados porque pode reforçar ações no TSE

Publicamente, os aliados do presidente Jair Bolsonaro criticam a decisão do Facebook de remover páginas de bolsonaristas de suas redes sociais.

Nos bastidores, o clima é outro. É de preocupação, porque os dados podem ser usados nas ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitora (TSE) contra a chapa formada por Bolsonaro e pelo vice, Hamilton Mourão, nas eleições de 2018.

O Facebook justificou que as páginas removidas eram de perfis falsos com comportamentos “inautênticos” — quando um grupo de páginas e pessoas atuam em conjunto para enganar outros usuários sobre quem são e o que estão fazendo.

O principal foco de preocupação dos aliados de Bolsonaro está no assessor especial da Presidência da República, Tércio Arnaud Tomaz, que teve páginas removidas pelo Facebook por usar as redes sociais para atacar adversários do presidente de uma forma contrária às regras da empresa.

Tomaz participou do grupo que operava as redes sociais durante a campanha presidencial de 2018 e, depois da eleição, foi nomeado assessor especial da Presidência.

Ele já era acusado pela CPI das fake news de fazer parte do chamado “gabinete do ódio”. Agora, foi alvo da decisão do Facebook.

O receio de aliados de Bolsonaro é que o material levantado pela investigação da rede social mundial levante suspeitas e informações sobre a atuação desse grupo durante a campanha eleitoral. E que esses dados acabem sendo anexados às ações que tramitam no TSE contra a chapa Bolsonaro-Mourão.

Oficialmente, o governo diz que o presidente em nenhum momento deu algum tipo de ordem para que esse grupo atuasse de forma irregular no ataque a seus adversários durante a campanha presidencial.

E que, se isso aconteceu, não teve envolvimento do então candidato.

A presença de Tércio Arnaud Tomaz como assessor especial da Presidência da República, integrando a equipe do gabinete digital, já era motivo de críticas por uma ala do governo. Exatamente pelo risco de ele ter seu nome envolvido em algum tipo de investigação, principalmente depois da abertura do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a disseminação de notícias falsas.

Segundo assessores presidenciais, agora o Palácio do Planalto fica na delicada situação de explicar como um assessor especial, com salário pago pelo governo, acabava atuando também nas redes sociais para atacar adversários do presidente.

Tomaz terá de esclarecer, por exemplo, em que momento fazia esse tipo de atuação e se operava suas contas durante o expediente de trabalho no gabinete digital.

A demissão de Tércio Tomaz era defendida por assessores de Bolsonaro, mas, segundo um deles, o governo perdeu o “timing” para isso. Agora, seria uma confissão de culpa.

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