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AMBOS DEMITIDOS

Mulher que discutiu com fiscal diz que foi mal interpretada

Após humilhar um fiscal da Vigilância Sanitária no último fim de semana, no Rio de Janeiro, Nívea Valle Del Maestro disse que foi mal interpretada.

“Não é arrependimento. Hoje, posso reconhecer minha alteração de voz e meu tom foi mal interpretado. Se a gente se arrepende de alguma coisa é de ter saído de casa”, afirmou Nívea em entrevista ao G1, nesta quinta-feira (9/7).

Na ocasião, o marido de Nívea, Leonardo Barros, questionou Flávio Graça sobre a postura durante a abordagem.

“Você não vai falar com seu chefe, não?”, perguntou, dando a entender que pagava o salário do superintendente.

Flávio tentou explicar que existiam diversas irregularidades e que deviam evitar a aglomeração. Ao chamar o homem de cidadão, a mulher retruca: “Cidadão não. Engenheiro Civil formado e melhor do que você”.

Para Nívea, o uso do termo “cidadão” foi pejorativo. “Ele [o fiscal] respondia: ‘Cidadão, vai lá na prefeitura para ver o procedimento’. Aquilo dava a entender que ele não tinha obrigação de responder. Senti aquilo de uma forma agressiva. Naquele momento, eu interferi e disse que era um engenheiro civil formado. Quando disse ‘melhor do que você’, quis dizer que ele sabe o que fazer aqui e fiscal, não. Ele não dava provas técnicas do que estava fazendo. O que eu não quis naquele momento foi, de forma alguma, humilhar aquela pessoa. Eu nem conheço aquela pessoa. Ali, eu estava nervosa, queria defender meu marido”, contou.

Ela afirmou que a frase ficou fora de contexto e que não houve intenção de desacato. “Sei que tenho tom de voz alta, tenho sangue italiano, e às vezes se torna agressivo no calor da emoção. Mas em momento algum eu desacatei ou quis diminuir o rapaz”, disse.

Leonardo afirmou que os dois vêm sofrendo ameaças na internet e que devem se mudar, pois não têm mais como pagar o aluguel.

“Nós já estamos sendo condenados sem direito de defesa. Nossa vida acabou. Perdemos nossos empregos e estamos sendo achincalhados. Estou recebendo ameaças por telefone e todos os nossos dados pessoais foram parar na internet. Os efeitos que isso causou na gente são desproporcionais. Há um linchamento virtual, todas as mensagens que recebo no celular são de pessoas me agredindo. A coisa chegou a um nível no qual, além de perdermos nossos empregos, querem que não trabalhemos nunca mais. O que querem mais? Querem que a gente morra?”, questionou.

Demissão

O casal perdeu o emprego após o episódio. Nívea é engenheira química formada, mas nunca exerceu a profissão. “Minha carreira seguiu outro caminho, passei a trabalhar com gestão”, esclareceu.

Na empresa da qual foi demitida, a Taesa, ela trabalhava como especialista em planejamento e controle em um projeto de construção de linhas de transmissão.

“Não tem nada a ver com minha formação em engenharia química e está totalmente alinhado com meu MBA em Gestão de Projetos. Pelo meu trabalho ter tomado outro rumo, nunca precisei me registrar no Conselho Regional de Química. Sou engenheira química de formação, mas nunca exerci”, contou.

Leonardo é engenheiro civil e trabalhava com gerenciamento de risco, mas também acabou demitido.

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