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RECORDE

Brasil exporta quase 40% mais soja no 1º semestre de 2020, mas fatura menos

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Com a assinatura do acordo comercial (Fase 1) entre a China e os Estados Unidos, no fim do ano passado, a perspectiva brasileira era de um ano “normal” para as exportações de soja.

Ou seja, o país iria vender um pouco mais que em 2019 e retomar seus estoques internos do grão. Só que não é bem isso que está acontecendo e as exportações brasileiras de soja cresceram quase 40% no primeiro semestre de 2020, quando comparadas a 2019. Mas o valor médio recebido pela tonelada do grão diminuiu.

Desde o início deste ano, vários fatores afetaram o mercado: como a queda nos preços do petróleo, alta do dólar e a própria pandemia de coronavírus.

Junte a isso a quebra na safra de soja dos Estados Unidos e o cenário não poderia ser mais positivo para o Brasil.

Com os preços da soja superando, em muito, a casa dos R$ 100 em praças distantes dos portos e acima dos R$ 110 nas áreas portuárias, a comercialização da safra colhida (2019/2020) e futura (2020/2021) estão duas vezes mais adiantadas para o período que o normal (veja abaixo).

Os resultados dessa comercialização podem ser vistos nos dados de exportação do Brasil. No primeiro semestre deste ano (janeiro a junho), o país vendeu 60,3 milhões de toneladas de soja em grão ao exterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse montante representa um incremento de 38% ante os 43,7 milhões de toneladas de 2019.

Só em junho deste ano o Brasil embarcou 13,7 milhões de toneladas ao exterior, um novo recorde histórico para o mês, a exemplo dos meses anteriores, que também quebraram os recordes mensais. Esse total representa 61,2% mais soja do que o negociado em junho de 2019 (8,5 milhões de toneladas).

China com muito apetite

Já que as curiosidades estão dando o tom nesta temporada, ai vai mais uma. A China é e segue como a maior compradora de soja do Brasil (e do mundo). Pois só neste primeiro semestre de 2020, o país asiático comprou sozinho quase a mesma quantidade que o Brasil exportou para todo o mundo no primeiro semestre de 2019 (43,7 milhões de toneladas). Ou seja os chineses importaram 43,3 milhões de toneladas de soja brasileira.

De janeiro a junho de 2019 a China havia importado 32,3 milhões de toneladas do Brasil, 34% a menos que em 2020.

Brasil fatura alto, mas nem tanto

Bom, se os preços estão atrativos para o produtor vender, isso significa que o Brasil lucrou mais com as vendas deste ano, certo? Errado. E a conta é simples!

O Brasil arrecadou de janeiro a junho deste ano um total de US$ 20,527 bilhões com a venda das 60,349 milhões de toneladas de soja ao exterior. Isso representa um valor médio por tonelada de US$ 340,1.

No mesmo período de 2019, ou seja no primeiro semestre, o Brasil obteve com a venda das 43,7 milhões de toneladas um total de US$ 15,2 bilhões. Uma média de US$ 348 por tonelada.

Você estar se perguntando: “Ué, mas se o preço subiu, o país não deveria estar ganhando mais?”.
Vale ressaltar que até março os preços ainda não estavam tão elevados como agora e que, no começo de 2019, os preços mundiais estavam mais altos devido o embate comercial entre China e Estados Unidos.

A prova de que agora os preços estão melhores é que em junho o Brasil faturou uma média de US$ 339,4 por toneladas, contra os US$ 337,1 de junho do ano passado. A diferença não é tão grande, mas existe.

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