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DEU NO FANTÁSTICO

‘Minha filha foi fazer um bolo e saiu carregada pelo IML’, diz mãe de jovem morta por tiro acidental

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe da adolescente de 14 anos que morreu com um tiro no rosto no último dia 12 em Cuiabá, afirmou em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, que não acredita na versão dada à Polícia Civil pela jovem que fez o disparo.

“Ela era uma filha querida, inteligente, e eu tinha muitos planos para ela. Minha filha saiu de casa para fazer um bolo e saiu de lá carregada pelo IML. Essa é a triste realidade disso”.

A tragédia aconteceu em um condomínio de luxo em Cuiabá, no residencial Alphaville 1. A polícia agora investiga as circunstâncias da morte de Isabele. A entrevista foi ao ar na noite deste domingo (19).

A adolescente que fez o disparo conhecia bem armas. Os pais são parte dos chamados caçadores, atiradores e colecionadores (Cacs). A família toda pratica tiro esportivo. Os pais e os quatro filhos.

De acordo com as investigações, o tiro acidental teria sido dado pela melhor amiga da garota. Em depoimento, ela contou que estava indo guardar duas armas no closet, a pedido do pai, o empresário Marcelo Cestari, quando houve o disparo.

O esporte foi liberado para adolescentes a partir de 14 anos no ano passado por decreto do presidente Bolsonaro. Na casa deles, foram encontradas sete armas. Duas sem registro.

Há uma segunda família de atiradores envolvida na tragédia, a do namorado da adolescente, também menor, de 16 anos. Ele foi sozinho à casa da namorada no domingo, levando duas armas, que são do pai dele, um revólver e a pistola 380, da qual saiu o disparo que matou Isabele.

O adolescente e o pai ainda não foram ouvidos pela polícia. Na reportagem, a mãe da menor contou, bastante emocionada, como soube que a filha havia morrido. Segundo a mulher, quando a chamaram, as pessoas da casa contaram apenas que a garota tinha sofrido um acidente.

“Quando eu cheguei lá, a minha filha estava estirada no chão. E aí eu pensei comigo: ‘Por que ele estava fazendo massagem cardíaca nela, se ele sabia que ela estava morta?’ Ela tinha levado um tiro na cabeça, não poderia estar viva”.

Patricia falou que sabia que todos na casa da amiga da filha eram praticantes de tiro esportivo, mas desconhecia que Marcelo Cestari tinha um arsenal em sua casa.

“Se soubesse, eu nunca teria deixado a minha filha frequentar a casa deles”, afirmou.

A mãe ainda disse ainda que não acredita que o tiro tenha sido acidental. “Eu não estou desmentindo o depoimento dela. Eu, como mãe, não entendo de armas. Mas acho isso [o disparo acidental] muito pouco provável. Como que o disparo aconteceu justo na cabeça da minha filha? Não poderia ter sido em um braço, em uma perna?”.

O delegado Wagner Bassi, da Delegacia Especializada da Criança, também foi entrevistado e explicou que estão sendo analisadas a distância que o tiro foi disparado, a altura e a dinâmica do disparo.

“A pistola era modificada, tinha uma alteração para praticantes de campeonatos. Dessa forma, eles tinham mexido no gatilho, e o acionamento dela era um pouco mais mole. A gente agora vai verificar se essas alterações permitiriam um disparo acidental”, disse Bassi, que afirmou ainda que Cestari pode ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) por supostamente ter sido negligente na cautela da arma.

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