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SAÚDE NAS ESTRADAS

Segurança e qualidade de vida do motorista reduzem riscos

ÍNTEGRA COMUNICAÇÃO / FABÍOLA KAREN E SILVA
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Neste período de pandemia, o setor de transporte rodoviário não para. Cerca de 70% da produção nacional é dependente do modal para o escoamento rumo a mercados internos e externos. Mas num país de extensões continentais como o Brasil, é preciso muito mais que paixão para enfrentar as estradas. Para além da infraestrutura, é necessário se atentar à saúde e bem-estar do condutor. Uma visão holística do ser humano que está atrás do volante, levando alimentos e produtos a milhões de famílias.

A qualidade da frota de transporte que percorre as estradas é fundamental à saúde e segurança dos motoristas profissionais. Julian Modro, chefe de gerenciamento de produto e pré-venda da Scania Latin America, relata que a oferta de maior segurança é uma das prioridades máximas levadas em conta no desenvolvimento de um novo veículo. “Dentro da Scania há uma série de acessórios e facilidades que já estão conectados aos caminhões. Isso permite à empresa olhar como o motorista está conduzindo seu caminhão e instruí-lo para que faça essa condução de uma maneira mais econômica e segura”.

Pensar a logística de segurança nas estradas é também pensar na qualidade de vida desses profissionais. Jornadas exaustivas, qualidade do sono, da alimentação, do estado de atenção são pontos importantíssimos, cada vez mais observados por empresas socialmente responsáveis. Para Ricardo Imperatriz, diretor executivo-CEO da GolSat Tecnologia, “muitas vezes o mercado anseia pela tecnologia, que deve e está a favor da segurança na condução. Mas a peça central é o ser humano”. O assunto foi amplamente debatido entre painelistas e participantes em webinar realizada pelo Instituto Besc e Humanidades e Economia.

Conforme aponta Ricardo Hegele, médico de tráfego, perito em Acidentes de Trânsito e vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), as condições de saúde do motorista profissional estão diretamente ligadas à qualidade da condução e exposição aos riscos. “Além dos acidentes em si, nós temos as doenças orgânicas dos motoristas, que acabam por ser responsáveis por cerca de 12% dos acidentes de trânsito”. Cardiopatias, transtornos mentais, hipoglicemia e hipertensão estão no rol de doenças com alta incidência.

Outro fator prejudicial à saúde a se destacar são os distúrbios de sono, alerta o especialista. “Quando a gente fala do sono, temos um dado alarmante e que vem aumentando cada vez mais ao longo dos anos. Estima-se que a sonolência seja a causa de 2% a 16% dos acidentes veiculares”, destaca Ricardo Hegele. “O motorista que trabalha todos os dias, que acaba fazendo uma dupla jornada, muitas vezes tripla, não tem tempo pra si e se priva do sono. Essa má qualidade do sono aumenta em até seis vezes o risco de acidentes”.

Se descansar é preciso, como uma proposta de solução, Luciano Paixão, um dos palestrantes do evento on-line, apresentou o inovador SleepBoll Ecossistema de Segurança Viária. São cabines distribuídas ao longo do trajeto dos motoristas que funcionam como “hot seat” (um ponto de acolhimento, numa livre tradução), parada de revezamento para descanso, atendimento médico, psicológico e exames laboratoriais. Segundo o CEO, contempla-se, assim, de forma integrada, as necessidades de caminhoneiros, transportadoras, postos de combustíveis, gerenciadoras e seguradoras. “Com essa solução, a gente faz o caminhão rodar e transforma em benefício. Estamos falando de resolver o problema de passivo trabalhista e previdenciário, acidentes viários, custo do caminhão parado, roubo e aliciamentos, saúde orgânica e renovação da frota”, destaca.

Para o setor de transporte rodoviário de pessoas, uma abordagem de sensibilização ainda maior, já que o motorista é também o principal ponto de contato entre a empresa e o cliente. Quem comanda o volante é, na percepção de quem contrata o serviço, o “cartão de visitas” da empresa. “Além da importância com a saúde do motorista, a gente tem a preocupação com a percepção do cliente, principalmente com relação à segurança que o motorista transmite na condução do veículo”, ressalta Eliandro Bueno, gestor corporativo de Suprimentos e Contratos do Grupo Itapemirim.

O motorista precisa estar sempre preparado para situações de emergência, inclusive com ocorrências envolvendo a saúde dos passageiros, como um mal súbito. O acompanhamento médico e psicológico, dessa forma, é tão importante quanto os testes toxicológicos aos quais esses motoristas são submetidos por lei. E para cuidar da qualidade de vida, a tecnologia é uma grande aliada dos condutores nas estradas. De equipamentos acessórios presentes nos veículos a soluções médicas de rastreio da quantidade de melatonina (hormônio do sono) presente no organismo, as inovações auxiliam nos cuidados a esses profissionais essenciais a toda a sociedade.

Entre as inovações tecnológicas incorporadas com sucesso nas estradas, já consolidadas, está a telemetria, que consiste na captação remota de dados e monitoramento de indicadores como a velocidade na pista e distâncias percorridas. “Havia no Brasil uma estatística muito elevada de atos de imprudência, excesso de velocidade, condução agressiva. Mas graças à evolução da telemetria no setor de transporte, essas ações passaram a ter uma prevenção. Hoje, o controle dessas práticas indesejáveis é muito efetivo através do monitoramento da telemetria”, ressalta Eliandro Bueno.

Websérie – A 17ª webinar realizada pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia contou com a mediação de Ricardo Imperatriz e José Wellington Cavalcante, consultor de marketing B2B e Relações Institucionais. O conteúdo já está disponível para acesso no canal da organização no YouTube. O evento online acontece às terças-feiras, a partir das 17h (horário de Brasília), aberto ao público. Para acompanhar a programação dos próximos eventos, basta consultar as postagens nos perfis do instituto no LinkedIn e Facebook.

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