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ALTA NOS PREÇOS

Exportação dispara 81%; e arroz chega a custar R$ 35 em supermercados

Faz tempo que o Brasil não exporta tanto arroz. De janeiro a agosto de 2020, foram vendidos US$ 407,2 milhões em arroz por produtores brasileiros. O dado é do sistema de dados Comex Stat do Ministério da Economia e indica alta de 81,4% na comparação com o mesmo período de 2019. Isso significa que foram embarcados 1,15 milhão de toneladas em oito meses deste ano – o equivalente a 230 milhões de sacos de arroz de 5 quilos ou praticamente um pacote para cada cidadão brasileiro.

Entre os grandes compradores do arroz brasileiro, a Venezuela tem um papel de destaque: é o primeiro da lista. A cada 100 quilos embarcados por produtores do Brasil, 20 quilos foram para o vizinho do norte. Ao todo, as exportações para a Venezuela saltaram 45,9%, para US$ 83,2 milhões de janeiro a agosto. Peru, Senegal, Costa Rica e Cuba completam a lista dos cinco maiores compradores do arroz brasileiro em 2020.

Os dados do Ministério da Economia incluem os dois principais tipos de arroz exportados pelo Brasil: arroz com casca e o sem casca ou semi elaborado de vários tipos, como polido, glaceado ou parbolizado.
Com o aumento das exportações visto em 2020, o Brasil está bem perto do recorde histórico registrado em 2012, quando foram embarcados US$ 443 milhões em arroz no mesmo período de oito meses.

Apesar da disparada das exportações, o atual preço em dólar conseguido pelos exportadores não é o maior da história. De janeiro a agosto, o preço médio do quilo exportado de arroz beneficiado ficou em US$ 0,35 – alta de dois centavos na comparação com 2019. O recorde da série é de 1998, quando o quilo médio exportado estava em US$ 0,54.

Apesar da alta de dois centavos de dólar pelo quilo, o valor recebido pelos exportadores brasileiro saltou 34% quando a conta é feita em reais. Isso aconteceu por causa da disparada do dólar. Neste ano, exportadores conseguiram média de R$ 1,73 por quilo exportado contra menos de R$ 1,30 de um ano antes. Isso explica o interesse crescente do produtor em vender para outros países.

Arroz chega a custar R$ 35

Item essencial na mesa da família brasileira, o preço do arroz disparou nos supermercados, sobretudo nas últimas semanas. Pelo menos cinco capitais já registraram alta no valor do grão e, em São Paulo, em alguns locais o saco do produto (5 kg) chega a custar quase R$ 35 nas gôndolas.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou na quarta-feira (9) a isenção da tarifa de importação para a entrada de 400 mil toneladas de arroz até o final do ano, conforme antecipou CNN. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (10). A ideia é diminuir estes valores e não permitir a falta do alimento na mesa do brasileiro.

No entanto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas em agosto o arroz teve uma alta de 3,08%. Somado a isto, a inflação do produto passa de 19% na média nacional. Além da capital paulista, Porto Alegre, Campo Grande (MS), Rio de Janeiro e Belo Horizonte registraram produtos mais caros.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) explica que a alta foi puxada pela queda na entressafra, alta do dólar e a diminuição dos espaços para a produção de arroz.

Com a alta variação dos preços dos itens da cesta básica, entidades ligadas ao direito do consumidor irão fiscalizar mercados e outros pontos de venda para verificar possíveis irregularidades. Em caso de preços abusivos, o estabelecimento poderá ser multado.

A Associação Brasileira de Procons pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o monitoramento das exportações para garantir o abastecimento interno após o aumento das vendas para o exterior ter sido apontado como um dos fatores para o expressivo aumento recente de preços de produtos da cesta básica.

Em carta encaminhada ao ministro, a entidade, em conjunto com a Comissão de Defesa do Consumidor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e com a Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor, chamou atenção para o “aumento significativo” nos preços de arroz, feijão, leite, óleo de soja e carne.

(Com informações de Renan Fiuza, da CNN, em São Paulo)

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