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FORA DOS PARAMÊTROS

Fuligem das queimadas baixa o nível de oxigênio da água para zero e peixes são encontrados mortos em rios de MT, diz Ibama

IVAN DE JESUS/CENTRO AMÉRICA FM
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A forte chuva registrada no último fim de semana em Nova Nazaré, a 800 km de Cuiabá, após longo período de seca, provocou o transporte em massa das fuligens e restos de materiais queimados pelos incêndios florestais na região para os rios locais e causou a mortandade de peixes.

Na manhã de domingo (27), fazendeiros locais perceberam um grande volume de peixes mortos no Rio Burecaia e em outros afluentes do Rio das Mortes.

Equipes do (Ibama) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estiveram no local nessa terça-feira para coletar amostras e encaminhá-las ao laboratório para perícia.

Com equipamentos específicos, parâmetros da água foram aferidos e, em primeira análise, a turbidez da água se apresentou elevada e em certos pontos do rio o nível de oxigênio chegava a zero.

Segundo o analista do Ibama, Leandro Nogueira, moradores da região relataram que é a terceira vez em 17 anos que isto acontece. Ele acredita que a reação de bactérias da água com a fuligem, agravada pela alta temperatura e pelo baixo volume fluvial, culminou com a rápida redução de oxigênio na água.

“É um quadro lamentável. Muitos peixes estavam com dificuldades respiratórias na parte superior do rio. Alguns locais ficaram perigosos para entrar e fazer a coleta, porque tem muitas arraias que acabaram ficando na borda”, contou.

Leandro contou que rios de água cristalina estão com a água turva.

“Tudo indica que, de fato, a origem seja o fogo. O mais importante é o futuro. Temos que ter um protocolo de ação para saber como atuar de forma rápida e efetiva. Isso tem que ser debatido a questão do uso do fogo para lavoura. É uma forma que poderia ser evitada”, ressaltou.

Arraias apresentam dificuldades respiratórias e ficam às margens de rio  — Foto: Ibama/Reprodução

O ambientalista disse ainda que baixo volume da água devido à seca também contribui para a mortandade de peixes na região.

“Na região existe um loteamento muito forte. A APP tem uma função filtrante para segurar todo o material que iria para os rios, mas, a partir do momento em que você tem um rancho de pesca, não tem condições nenhuma de segurar essa água e as partículas que a chuva traz”, explicou.

A situação preocupa as autoridades em especial pela iminência da piracema no estado e repercussão sobre o estoque pesqueiro para um futuro breve.

Há relatos de que arraias e grandes peixes por apresentarem dificuldades respiratórias estão sendo capturados em massa pela população.

A Polícia Miliar informou que intensificou o patrulhamento na região.

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