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ILEGAL

Sementes clandestinas: apreensão de material vegetal em correspondências sobe 150% em 2020

A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou nesta terça-feira, 6, que foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de espécies vegetais quarentenárias (que não existem no Brasil) em pacotes de sementes não solicitados que chegaram ao país e foram encaminhados ao Ministério.

O governo trabalha para barrar entrada de materiais proibidos, como sementes clandestinas, pelos correios, mas em 2020 as apreensões têm crescido.

Segundo o Ministério da Agricultura, até agora, foram registradas 258 entregas de sementes não solicitadas e, entre elas, 39 tiveram resultados preliminares divulgados.

O diretor do Departamento de Serviços Técnicos do Mapa José Luís Vargas afirma que de 2019 para 2020 o número de pacotes de sementes apreendidos subiu 150%, passando de 2 mil para 5 mil.

A preocupação é que essas sementes sejam nocivas às produções brasileiras. “Uma amostra deu a presença de ácaro vivo, ou seja, 2,5% das amostras.

A presença de fungos foram identificados em 25 amostras ou seja, 64,1%. Dessas 35 amostras que tinham fungos, identificamos três espécies diferentes”, relata.

O ministério suspeita que as entregas estejam ligadas a uma prática fraudulenta das vendas online conhecida como brushing.

Para melhorar a avaliação dos produtos dentro de uma plataforma de vendas, alguns comerciantes registram compras falsas a partir de dados verdadeiros de pessoas que já fizeram compras pela internet em outro momento.

O cliente recebe o produto não encomendado e o responsável pela fraude se passa pelo cliente para avaliar a mercadoria e fazer com que ela suba no ranking.

Suspeitando de quatro países asiáticos, o ministério avalia agir com estes países para barrar a prática.

“A gente vai ter que primeiro confirmar se as informações do pacote são verídicas. Porque como é um material não solicitado, a gente tá identificando e já saiu em algumas reportagens, que, inclusive, algumas informações não permitem rastreamento perfeito. Então a gente vai ter sim a colaboração dos órgãos de defesa sanitária dos outros países para saber se o material realmente foi postado de lá e aí colocar as medidas”, afirma o secretário da Defesa Agropecuária Mapa, José Guilherme Leal.

O órgão ainda pede que consumidores não comprem sementes de outros países sem certificação.

“É importante lembrar que, solicitado ou não, se esse material não vier acompanhado de certificação fitossanitária ou de certificação de qualidade, ele é ilegal. Portanto ele não poderia ser importado”, lembra o diretor de sanidade vegetal do ministério Carlos Goulart.

“Como é um material sem controle que a gente não sabe como foi originado, ele pode ter sido tratado com algum produto químico ou podem ter sementes com alguma toxicidade tanto pro homem quanto pros animais. Então as pessoas não devem entrar em contato com esse material e devem entregar pros órgãos da agricultura” completa José Guilherme Leal.

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